Com o fim do Carnaval e a chegada do outono no mês de março, também se aproximam as doenças respiratórias sazonais, principalmente na infância. Um dos sinais que podem surgir neste período são as secreções por vias respiratórias, ou popularmente conhecidas como ‘catarro’. Diante deste cenário, a UPAE Ibura, unidade ligada à Secretaria Municipal de Saúde do Recife, faz um alerta e traz dicas para o cuidado com essas secreções que trazem tanto incômodo aos pequenos.
O surgimento do catarro pode estar relacionado a diversos fatores, desde a um processo alérgico a uma infecção respiratória. De acordo com o otorrinolaringologista da UPAE Ibura, Elcio Duarte, há uma relação entre períodos sazonais para o surgimento de doenças respiratórias, mas a mudança de tempo, como um dia ensolarado para chuvoso, não é o real motivo.
“O que pode acontecer, na verdade, é o aumento das aglomerações causadas pelas chuvas e com isso temos um contato maior entre indivíduos que estão doentes e pessoas saudáveis, aumentando a incidência das doenças respiratórias infecciosas”, explica o médico.
No caso do catarro, a sua presença ou ausência, é mais um sinal que deve ser analisado junto a outros sintomas. Elcio explica que a secreção pode aparecer a partir do terceiro dia do quadro das infecções virais, como um resfriado comum, dando indícios de melhoras a partir do quinto dia.
“É importante frisar que mesmo quadros virais podem evoluir com a secreção de cor amarelada ou esverdeada após alguns dias. O tempo da secreção é um dado mais importante para ser analisado: todo caso que dure mais do que esperado para uma infecção viral, em média 5 a 6 dias, deve ser investigado. Se persistir por mais de dez dias, existe maior chance de ser uma infecção bacteriana”, avalia o médico.
TRATAMENTO
O primeiro passo para tratar a secreção é torná-la mais fluida para ajudar a expulsão. Nesse caso, as principais medidas são o aumento da ingestão de líquidos, principalmente água, e a lavagem nasal com soro fisiológico. “Em relação à secreção que sai pela garganta, na maior parte dos casos, é de origem nasal, mas também pode estar vindo das vias áreas mais baixas como brônquios e pulmões. Nesse último caso, podem surgir, além da tosse, outros sintomas como queda do estado geral e sensação de falta de ar”, explica Elcio.
O otorrinolaringologista também aponta que as medicações expectorantes devem ser evitadas, a menos que sejam indicadas pelos médicos. “A medida mais efetiva para eliminar secreção sempre será a lavagem nasal com soro fisiológico e o aumento da ingestão de líquidos. A manutenção do ambiente ventilado também é importante. O uso de umidificadores podem ser feitos ao dormir, mas não devem ficar ligados durante toda a noite porque a umidade do ambiente muito alta pode facilitar o crescimento de fungos, o mofo”, resume.
ALERTA – Em casos de sinais ou sintomas em crianças como tosse, falta de ar, febre persistente, falta de apetite, redução da ingestão de líquidos, é necessário procurar ajuda do pediatra ou buscar o pronto atendimento.