Isso não é de agora, não terminará esse ano e nas tantas próximas eleições isso ocorrerá. Numa campanha eleitoral é importante o filtrar das informações, quem está trazendo, se vale a pena verificar aquela informação, e no que aquela informação é relevante para a campanha.
Seja qual for o lado de uma campanha sempre tem alguém ou sempre terá alguém que as informações chegam naturalmente, essas pessoas, sim, porque não é uma só, tem geralmente a confiança de muitos, mas é uma pena que não tem muitas vezes, a confiança da chamada cúpula do candidato e as informações por essa pessoa passada não chegam ao postulante político, pois a “cúpula” no seu filtro, acredita ser informações irrelevantes, ou não dão muita credibilidade a pessoa que está trazendo essas informações.
Eleição é coisa séria, e cada informação deveria ser avaliada rigorosamente, afinal o máximo que vai ocorrer se a informação não for a que se pensava é descartar e seguir o jogo.
Mas, por que as vozes de apoiadores não são ouvidas? Duas razões básicas: orgulho e muitas vezes a tribo ter mais “caciques do que índio”, ou seja, tem grupo que o pessoal quer ser mais que o próprio candidato.
Sobre o orgulho é natural que cada candidato tenha seus “gurus” e esses por sua vez, além de “blindar” o candidato, só eles sabem de tudo sobre eleições, campanhas, TRE e articulações e outros temas mais. É preciso entender, e o escritor e filósofo Mário Sérgio Cortelha vai nos ensinar isso, que muita das vezes as respostas que precisamos está na outra pessoa, não em nós, só que para isso é importante ouvir humildemente os outros, sem arrogância.
Quantas vezes presenciei pessoas que são candidatos a vereador ou vereadora, e quando vão falar com um possível eleitor seu, aperta a mão da pessoa olhando para outro lugar ou outra pessoa? Automaticamente ele já perdeu aquele voto, ou seja, é preciso mais humildade, menos orgulho, que todos merecem sua atenção e respeito, e são pessoas do dia a dia, todas as comuns que pode ter uma excelente ideia para o candidato, mas tem gente que só de saber que é candidato a vereador ou vereadora parece que já é, e por esses comportamentos, gestos e atitudes, possivelmente nunca será.
Por essas e tantas outras razões, todas as vozes numa campanha eleitoral são importantes, até porque quem já tem anos de experiência, quando ouvir uma informação, já vem um filtro automático e saberá se vale a pena ou não “investir” naquela informação, mas só saberá e usará esse filtro se ouvir.
Por isso digo, e já escrevi aqui no RADAR, o problema não é subestimar os adversários, pior que isso é subestimar a capacidade dos aliados.
Ouço muitos dizerem: Mas quem sou eu “na fila do pão” para me ouvirem? Sinceramente, não importa a sua posição na tal “fila do pão”, se você realmente é grupo, fale, mesmo que não seja ouvido, e quando tudo terminar, ganhando ou perdendo você dormirá com a sua consciência tranquila, e não ficará se martirizando que deveria ter falado sobre algo que sabia.
É natural, seja qual for o lado político, haver aborrecimentos durante o processo eleitoral, a “cúpula” às vezes fica sobrecarregada mesmo e se não tiver um bom pessoal para operar a questão das informações, as informações importantes são passadas despercebidas, mas na maioria das vezes, as vozes ignoradas nas eleições é apenas por orgulho de pessoas que no lugar de ajudar o candidato muitas vezes atrapalha.
Por isso, se alguém do grupo que é ativo, e fala sempre na sinceridade, na verdade, e na razão, estiver muito quieto, como diria meu irmão, que não tenho permissão para escrever o nome aqui diz: “Alguma coisa errada não está certa“.
Carllos Nascimento