Um discurso afiado contra o PSB, vinculando o partido aos bolsonaristas na Assembleia Legislativa de Pernambuco. Uma defesa ferrenha ao projeto do Executivo que extingue de forma escalonada as faixas salariais na Polícia Militar, desde a chegada da proposta à Casa, passando pela votação e repercussão.
A movimentação do deputado estadual João Paulo nas últimas semanas, reforçada em seu discurso ontem na tribuna, ampliou a proximidade que o parlamentar tem construído junto à governadora Raquel Lyra (PSDB) desde o ano passado.
Ampliou também os sonhos da gestora de tê-lo no primeiro escalão ou mesmo de ser o candidato à Prefeitura do Recife.
Ainda ontem, por indicação da Mesa Diretora da Alepe, o deputado participou pela primeira vez da reunião comandada pela gestora para avaliação semanal do Juntos pela Segurança.
Poderia ter recusado, mas disse estar na Casa para trabalhar. Na condição de suplente da Comissão de Segurança da Alepe, teve direito à voz. Dentro do próprio partido tem-se sentido sozinho e isolado, como já admitiu.
Sugeriu ao Governo um olhar mais humanizado para a corporação e ações de cidadania, como as que acompanhou na Colômbia, e no México, voltadas prioritariamente à população mais pobre. Apontou para uso, entre outros espaços, o Memorial Arcoverde, em Olinda, e o Colégio Santos Dumont, em Boa Viagem.
O nome de João Paulo, que aparece em pesquisas espontâneas mesmo sem ter-se colocado como candidato, seria um dos poucos a abrir a possibilidade de levar a eleição no Recife para o segundo turno.
Muito mais que os do deputado federal Túlio Gadêlha (Rede) e do secretário de Turismo, Daniel Coelho (PSD), juntos. Hoje ambos representam mais aperreio que solução para a governadora.
O ex-prefeito nega qualquer disposição neste sentido. Diz apenas que trabalha para garantir a governabilidade.
Por Betânia Santana da Folha de Pernambuco