O deputado João Paulo Lima (PT) rebateu as afirmações do presidente municipal do PT Recife, Cirilo Mota, que chegou a dizer que o parlamentar estaria atuando a serviço da governadora Raquel Lyra (PSDB). Em nota divulgada à imprensa na noite desta quinta-feira (13), João Paulo classificou as declarações de Cirilo como “infundadas” e que têm o objetivo de lhe atingi-lo pessoalmente, além de enfraquecer a unidade do PT no Recife.
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O deputado também criticou o PSB. Relembrando o posicionamento do partido no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, ele falou sobre a queda de braço entre petistas e socialistas pela vice na capital pernambucana.
“A implacável corrida pela vice-prefeitura de Recife, desconsiderando a coerência ideológica e as consequências para nosso projeto político, revela uma abordagem que confunde aliança com submissão, força com falta de respeito. Alianças devem fortalecer nosso partido e refletir nossos ideais, e não meramente satisfazer ambições eleitoreiras de curto prazo”, diz um trecho na nota.
Confira a íntegra do texto:
Como deputado estadual e membro comprometido do Partido dos Trabalhadores, sinto-me na obrigação de responder às declarações infundadas de Cirilo Mota, presidente do PT municipal de Recife. Cirilo colocou em dúvida minha fidelidade aos princípios progressistas e insinuou uma possível aliança minha com setores conservadores.
Estas alegações distorcem flagrantemente minha longa trajetória de defesa da justiça social, equidade e direitos humanos. Qualquer tentativa de me associar a movimentos conservadores ignora minhas consistentes ações e declarações públicas, que sempre se opuseram a políticas reacionárias e discriminatórias.
Além disso, é válido criticar as aproximações de alguns membros do PSB com a extrema-direita, baseadas não somente em ações isoladas, mas numa estratégia que compromete nossos valores fundamentais. Um exemplo flagrante é a aliança que resultou nos “15 votos” na recente eleição para a mesa diretora da Câmara dos Deputados, vindo de um partido que ocupa posições de vice-presidência e ministérios. O PSB jamais deveria apoiar um candidato que almeja enfraquecer o governo, alinhando-se com as forças do Centrão e da direita bolsonarista. O processo de impeachment de Dilma Rousseff ainda ressoa como um lembrete doloroso dessas contradições.
Importante ressaltar que a política de alianças no PT sempre foi guiada pelo respeito ao debate plural e pela busca de acordos baseados em compatibilidade ideológica. A implacável corrida pela vice-prefeitura de Recife, desconsiderando a coerência ideológica e as consequências para nosso projeto político, revela uma abordagem que confunde aliança com submissão, força com falta de respeito. Alianças devem fortalecer nosso partido e refletir nossos ideais, e não meramente satisfazer ambições eleitoreiras de curto prazo.
Reitero que minha atuação sempre priorizou um diálogo construtivo e transparente, tanto dentro do partido quanto na esfera pública. As insinuações de que estaria me desviando desse processo dialógico e me alinhando com interesses opostos aos do PT não apenas são ofensivas pessoalmente, mas também buscam enfraquecer a unidade e a força de nossa atuação coletiva.
Assim, conclamo todos os membros e simpatizantes do partido a se concentrarem nas verdadeiras lutas que enfrentamos e a evitar divisões internas fundamentadas em distorções e narrativas falsas. Juntos, seguiremos construindo uma Recife e um Brasil mais justos e igualitários.
Deputado João Paulo