
Ao longo dos anos, percebi que uma das maiores preocupações que deveríamos ter como eleitores é saber diferenciar entre ações verdadeiramente benéficas para o futuro de nossa sociedade e aquelas adotadas apenas para atrair votos. A política, muitas vezes, se torna palco de promessas sedutoras, mas superficiais, e isso levanta a pergunta: estamos diante de um verdadeiro gestor público comprometido com o desenvolvimento ou de um populista, cujo único objetivo é se perpetuar no poder?
É muito comum observarmos, principalmente durante períodos eleitorais, uma corrida para implementar ações que soam como grandes feitos. Um político inaugura uma obra, reduz uma taxa ou distribui benefícios pontuais. Em um primeiro momento, isso pode parecer extremamente positivo, mas precisamos nos perguntar: será que essas políticas têm realmente um impacto duradouro ou são apenas medidas eleitoreiras? Infelizmente, muitas vezes, o que acontece é que essas ações, tomadas de forma rápida e sem planejamento, acabam não resistindo ao teste do tempo. E quem sofre as consequências disso é a população.
Como cidadão e observador do cenário público, aprendi que políticas sustentáveis são aquelas pensadas a longo prazo, com base em um planejamento sólido e que, mesmo que seus frutos não sejam colhidos de imediato, garantem uma melhoria constante na qualidade de vida da população. Essas ações podem não render manchetes imediatas ou votos fáceis, mas são as que realmente importam para o desenvolvimento do nosso país.
Por outro lado, o populismo foca em ações que visam o impacto imediato. Não é difícil identificar um discurso populista. Ele promete soluções fáceis para problemas complexos, apela para o emocional do eleitor e, muitas vezes, ignora as limitações fiscais ou estruturais do governo. Um gestor público responsável, ao contrário, é aquele que tem a coragem de dizer “não” quando necessário, que explica as dificuldades e, mesmo assim, apresenta soluções reais, ainda que demandem tempo e esforço.
Nós, eleitores, temos um papel fundamental nesse processo. É preciso que sejamos críticos e que nos informemos sobre o impacto real das políticas propostas, indo além das aparências e dos discursos. Para isso, devemos buscar informações confiáveis, questionar o que nos é oferecido e, sobretudo, avaliar o histórico do candidato. Quais políticas ele implementou no passado? Essas medidas tiveram continuidade e impacto duradouro?
Quando elegemos alguém com base em promessas vazias, estamos condenando nossa cidade, estado ou país a uma gestão ineficiente e, em muitos casos, prejudicial a longo prazo. Precisamos de políticos que saibam lidar com a gestão pública de maneira ética e responsável, que entendam que os recursos são limitados e que a verdadeira transformação não ocorre da noite para o dia, mas sim com planejamento, perseverança e, acima de tudo, compromisso com o bem-estar da população.
Como cidadão e alguém que acompanha de perto a política, acredito que a educação política é a chave para combater o populismo. Se estivermos preparados para identificar a diferença entre medidas eleitoreiras e políticas sustentáveis, poderemos, juntos, construir uma sociedade mais justa e desenvolvida.