
A depressão é uma realidade que não podemos mais ignorar. Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas no mundo sofram com esse transtorno, segundo a Organização Pan-Americana da Saúde.
No Brasil, os números são igualmente alarmantes. Dados do Ministério da Saúde indicam que 15,5% dos brasileiros enfrentarão a depressão ao longo de suas vidas.
Além disso, a Pesquisa Vigitel 2021 revelou que 11,3% dos brasileiros relataram ter recebido um diagnóstico médico da doença.
Diante dessa realidade, é evidente que a depressão se configura como uma questão de saúde pública de proporções significativas. No entanto, o setor público de saúde ainda não está plenamente preparado para lidar com a crescente demanda por tratamentos eficazes. A escassez de profissionais especializados e a limitada oferta de terapias avançadas no Sistema Único de Saúde (SUS) são desafios que precisam ser urgentemente enfrentados.
Uma das abordagens mais promissoras no tratamento da depressão é a neuromodulação, especialmente através da Estimulação Magnética Transcraniana (EMT). A EMT é uma técnica não invasiva que utiliza campos magnéticos para modular a atividade elétrica cerebral, visando normalizar o funcionamento dos neurônios em áreas específicas relacionadas aos sintomas depressivos.
Estudos têm demonstrado que a EMT pode reduzir significativamente os sintomas da depressão, oferecendo uma alternativa viável para pacientes que não respondem aos tratamentos convencionais.
No entanto, o acesso a essa tecnologia ainda é restrito. Os custos elevados associados ao tratamento com EMT tornam-no inacessível para grande parte da população brasileira. Atualmente, o SUS não oferece a neuromodulação como opção terapêutica para a depressão, o que limita as possibilidades de tratamento para muitos pacientes.
É imperativo que políticas públicas sejam desenvolvidas para integrar técnicas de neuromodulação no rol de tratamentos oferecidos pelo SUS. A ampliação do acesso a terapias avançadas como a EMT não só beneficiaria milhares de brasileiros que sofrem com a depressão, mas também poderia aliviar a sobrecarga dos serviços de saúde mental, promovendo uma abordagem mais eficaz e abrangente no combate a essa doença debilitante.
A depressão é uma realidade que exige respostas rápidas e eficazes. A integração de tratamentos modernos e acessíveis no sistema público de saúde é um passo fundamental para enfrentar esse desafio de saúde pública com a seriedade e a urgência que ele demanda.
Falo sobre a neuromodulação com conhecimento de causa, após judicialização do meu plano de saúde, que foi obrigado a custear meu tratamento para a depressão, graças a medicina de Deus – acreditar, ter fé é primordial – e a medicina humana, os barbitúricos já não fazem mais parte do meu cotidiano.
Jairo Lima, membro da Academia Cabense de Letras, artista plástico e pós-graduado em gestão pública.