
A disputa pelo Senado em Pernambuco começa a ganhar contornos mais definidos, e a última pesquisa Real Time Big Data trouxe uma fotografia reveladora do tabuleiro eleitoral. O dado que mais chama atenção é a posição de Miguel Coelho, que aparece em segundo lugar, consolidando-se como um dos principais nomes na corrida.
O ex-prefeito de Petrolina tem adotado uma estratégia clara: colar sua imagem à de João Campos, líder absoluto em todos os cenários para o Executivo estadual. Essa aproximação tem rendido frutos, ampliando sua visibilidade e potencializando sua presença no jogo político. Miguel, jovem e articulado, tem aproveitado bem o momento para se projetar como opção viável para o Senado.
Outro destaque vai para Eduardo da Fonte. O deputado federal tem mostrado habilidade política ao costurar apoios em todas as regiões do estado, sem perder a essência de seu mandato pautado em temas de grande apelo popular. Saúde pública e inclusão das pessoas com deficiência e do Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm sido suas principais bandeiras, o que o mantém próximo das bases e com discurso afinado junto à população.
No campo governista, Sílvio Costa Filho desponta com força. Ministro de Portos e Aeroportos do Governo Lula, ele alia visibilidade nacional a uma posição estratégica dentro da gestão federal. Essa combinação pode lhe render apoio decisivo, tanto em Pernambuco quanto em Brasília, reforçando sua condição de nome competitivo na disputa.
Marília Arraes, por sua vez, mantém viva sua chama política ao apostar em pautas voltadas às mulheres pernambucanas. Com discurso voltado à inclusão e fortalecimento feminino, Marília preserva sua identidade, embora ainda precise superar o desgaste de disputas recentes para reconquistar fôlego em um cenário cada vez mais concorrido.
Já Anderson Ferreira surge como representante da direita, mas enfrenta o desafio de lidar com um campo político fragmentado. Sem unidade, seu caminho se torna mais difícil, e sua candidatura corre o risco de perder força diante de nomes mais bem posicionados.
Humberto Costa, o nome do PT, tem talvez o maior desafio entre todos. Apesar de sua longa trajetória, o senador vive um momento de pouca expressão, atuando muito mais à sombra do presidente Lula do que como protagonista. Se não contar com o apoio da governadora Raquel Lyra e do prefeito João Campos, terá de se reinventar e percorrer intensamente o estado, em uma campanha que promete ser de alto desgaste e grandes obstáculos.
E há ainda Fernando Dueire, que herdou a vaga de Jarbas Vasconcelos no Senado. Dueire vem cumprindo um papel institucional, representando Pernambuco com equilíbrio, mas demorou a mergulhar de fato na política partidária. Agora, começa a articular apoios, embora ainda careça de densidade eleitoral. Para se manter competitivo, precisará ousar mais, adotar uma postura mais incisiva e encontrar o tom certo para dialogar diretamente com o eleitor.
O cenário, portanto, é de forte competição. Pernambuco terá no Senado uma disputa marcada por nomes de peso, cada qual com suas estratégias e dificuldades. Mais do que nunca, alianças, coragem política e capacidade de articulação serão os fatores determinantes para quem deseja conquistar a única vaga em jogo.




