
O Hospital Dom Helder Câmara foi um dos centros pilotos que participaram de uma pesquisa inédita, desenvolvida em parceria com o Ministério da Saúde, que traz novas evidências sobre o tratamento de pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio. O trabalho teve a participação direta do médico cardiologista da unidade, Dr. Flávio Roberto.
O estudo, chamado NEO-MINDSET, investigou os efeitos da suspensão precoce da aspirina no tratamento de pacientes submetidos à angioplastia com stent. A conclusão é clara: a interrupção imediata da medicação, usada há décadas como estratégia de proteção cardiovascular, não é segura. Manter o uso da aspirina, associada a outro antiplaquetário, reduz significativamente os riscos de novos eventos graves, como reinfarto, AVC ou necessidade de novas intervenções.
“Essa pesquisa representa um marco importante, pois traz evidências capazes de transformar protocolos e garantir um cuidado ainda mais seguro para os pacientes após o infarto”, ressalta o cardiologista Dr. Flávio Roberto.
Os resultados ganharam destaque internacional. A pesquisa foi apresentada em sessão de destaque no Congresso Europeu de Cardiologia (ESC), realizado em Madri, que reuniu cerca de 30 mil especialistas da área, e também foi publicada no New England Journal of Medicine, um dos periódicos científicos mais respeitados do mundo.
Realizado no Brasil sob coordenação do Hospital Israelita Albert Einstein e com apoio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), o estudo envolveu mais de 3.400 pacientes acompanhados em 50 centros hospitalares do país, incluindo o Hospital Dom Helder.
Com essa pesquisa, profissionais de saúde de todo o mundo passam a ter uma base científica sólida para orientar suas decisões sobre a continuidade da aspirina após o infarto, equilibrando riscos de sangramento e a proteção contra novos eventos cardiovasculares.