
Principal representante dos profissionais da Enfermagem em Pernambuco, o deputado estadual Gilmar Júnior (PV) confirmou, nesta terça-feira (5), que lideranças da Enfermagem em todo o país começaram a construir um calendário nacional de mobilização e paralisação, que pode culminar em greve geral da categoria.
A decisão começou a ser desenhada após audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, no dia 4 de novembro, em Brasília. Segundo os profissionais, o governo federal não apresentou compromissos concretos com as principais pautas da categoria, entre elas, a PEC 19, que busca adequar o piso nacional considerando uma carga horária de 30 horas semanais; a morosidade do STF em julgar o mérito da ADI 7222, que tenta declarar a lei do piso inconstitucional; e a paralisação da tramitação da PEC no Senado, que está há mais de 300 dias sem avanço sob a relatoria do senador Otto Alencar.
De acordo com Gilmar Júnior “o diálogo é essencial”, porém prefeitos, governadores e o Executivo federal não estão colaborando com a Enfermagem. “Tal situação respinga no serviço privado, nas cooperativas e na filantropia. Humilhando uma categoria com mais de 3 milhões de trabalhadores, que hoje precisam conviver com salários complementados”,criticou Gilmar Júnior.
O parlamentar alertou ainda para o impacto imediato de uma paralisação no estado de Pernambuco. Em apenas 72 horas repercutiria no atraso em cirurgias e exames; superlotação de emergências; repercussão negativa nos indicadores estaduais de saúde (o que afetaria diretamente nos repasses federais); filas extensas, transferências represadas e aumento do tempo de espera em unidades críticas.
Gilmar Júnior destacou que a mobilização é suprapartidária e fez um alerta direto às gestões estadual e municipal. “Raquel Lyra, João Campos ou qualquer outro governante não estão preparados para uma greve dessa magnitude. Precisam se posicionar e acionar o alerta de caos na saúde”, disparou o deputado.




