
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) e o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), elaborados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, recebeu o recorte para Recife pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Pernambuco (Fecomércio PE). Os indicadores permitem avaliar, de forma complementar, a avaliação das famílias e dos empresários no encerramento do ano e suas possíveis repercussões sobre o desempenho do comércio no período natalino.
O ICF em Recife registrou 97,8 pontos em dezembro de 2025, ligeiramente abaixo da linha dos 100 pontos, que delimita a percepção de satisfação. Em relação a dezembro de 2024, verifica-se uma leve redução da confiança do consumidor ao longo do período. Esse movimento está associado, principalmente, a avaliações menos favoráveis quanto à perspectiva profissional e ao momento para aquisição de bens duráveis. Por outro lado, os indicadores de emprego atual e renda permaneceram acima dos 100 pontos, o que aponta para a manutenção de condições relativamente estáveis nessas dimensões, com maior sustentação entre as famílias com rendimento superior a dez salários mínimos.
Do lado da oferta, o ICEC alcançou 112,4 pontos em dezembro de 2025, mantendo-se em patamar de otimismo dos empresários do comércio. Apesar disso, na comparação com o mesmo mês de 2024, o índice apresentou queda de 3,4%, movimento influenciado pela pior avaliação das condições atuais da economia e do setor. Em contrapartida, os subíndices de expectativa seguiram elevados, indicando confiança dos empresários quanto ao desempenho futuro, inclusive no que se refere a investimentos e contratações.
Para Bernardo Peixoto, presidente da Fecomércio PE, “o comércio do Recife encerra 2025 com expectativas favoráveis para os empresários, mesmo diante de um ambiente econômico restritivo, derivado de uma taxa de juros elevadíssima e de uma pior avaliação de crédito. Em contraponto, o Natal permanece como um período relevante para o setor, por um lado justificado pelo planejamento dos empresários, pela organização dos estoques e por estratégias comerciais já consolidadas ao longo dos anos e, por outro lado, pelo incremento do 13º salário aos trabalhadores”.
Segundo Rafael Lima, economista da Fecomércio PE, “o ICF abaixo de 100 pontos sinaliza maior cautela das famílias no fechamento de 2025, o que tende a limitar decisões de consumo mais discricionárias. No Natal, esse comportamento costuma se traduzir em maior seletividade das compras, com preferência por itens de menor valor agregado ou por produtos considerados necessários, como itens da ceia”.




