Ao debater a suspensão do processo licitatório, que foi aberto pela Prefeitura do Recife, para a contratação de uma empresa de engenharia que faria as obras de urbanização da comunidade do Bode, no Pina, o vereador Fred Ferreira (PL) disse “o real motivo foi uma ação judicial, movida pelo Governo do Estado, com pedido de suspensão da remoção dos moradores das palafitas e das casas”. Na reunião plenária realizada pela Câmara Municipal do Recife, na manhã desta segunda-feira (18), o parlamentar afirmou que, com essa informação que estava trazendo, desfazia a versão divulgada pela Prefeitura do Recife, de que a suspensão foi necessária porque precisava fazer ajustes no projeto.
A execução das obras de urbanização em ruas do Bode, no Pina, exigiriam a remoção de várias casas e de palafitas localizadas na comunidade. As famílias que perdessem suas casas receberiam indenizações pagas pela Prefeitura do Recife. “A verdade é que o prefeito João Campos suspendeu a licitação na semana passada porque o governo do Estado entrou com uma ação pedindo a suspensão da remoção das obras de urbanização”. De acordo com o parlamentar, a Prefeitura do Recife “queria, na verdade, aproveitar as obras para remover as famílias que moram naquela área há mais de 40 anos”.
Fred Ferreira justificou que a ação de suspensão da licitação terá como consequência manter as famílias no local até elas receberem o título de posse da terra. “Afinal, o governo é quem tem o direito de dar esse título e a Prefeitura do Recife, para retirar as pessoas da área, quer pagar indenização que não corresponde aos reais valores. A Prefeitura queria pagar a indenização de todo jeito, antes de os moradores receberem o título de posse. Calma, deixem essas pessoas receberem primeiro o título, para os moradores receberem o valor que merecem”, disse.
Segundo o vereador, cada imóvel que será atingido pelas obras de infraestrutura, no Bode, “vale em torno de R$ 400 mil e a Prefeitura do Recife quer pagar de indenização às famílias, cerca de R$ 150 mil”. Fred Ferreira aproveitou para dizer que a governadora Raquel Lyra, nesses nove meses de gestão, já entregou mais título de posse de terra aos pernambucanos do que “o governador anterior, em quatro anos de gestão”.
