
O Carnaval de 2025 em Pernambuco não foi apenas uma festa de cores, ritmos e tradição. Nos bastidores, uma disputa política acirrada marcou os dias de folia entre o prefeito do Recife, João Campos (PSB), e a governadora Raquel Lyra (PSDB). A briga entre os dois gestores se deu na tentativa de mostrar quem fez o melhor Carnaval, quem investiu mais, quem trouxe melhores resultados para o turismo e, sobretudo, quem garantiu um evento seguro e bem estruturado.
João Campos: O Rei do Carnaval
O prefeito do Recife saiu na frente quando o assunto foi estrutura e investimento na festa. O Recife Antigo, epicentro do Carnaval da cidade, contou com um planejamento robusto, programação diversificada e investimentos em acessibilidade e organização. Desde os palcos montados para receber grandes nomes da música brasileira até os polos descentralizados em bairros populares, João Campos conseguiu entregar um evento grandioso, que atraiu turistas e fortaleceu a economia local.
Um dos pontos altos do Carnaval recifense foi a organização e a diversidade da programação, valorizando a cultura local, como o frevo e o maracatu, mas também abrindo espaço para atrações nacionais. Além disso, a infraestrutura, incluindo segurança privada e reforço nos serviços de transporte e limpeza urbana, garantiu que a cidade funcionasse bem mesmo com o grande fluxo de foliões.
O saldo da festa promovida pela prefeitura foi amplamente positivo. As imagens de um Recife vibrante e lotado de turistas fortaleceram a marca de João Campos como gestor eficiente e bom articulador. Para muitos, o prefeito saiu como o grande vitorioso da disputa carnavalesca.
Raquel Lyra: O Estado Ficou Para Trás?
Se no Recife João Campos surfou na onda do sucesso, o Governo do Estado teve mais dificuldades para se destacar. A governadora Raquel Lyra enfrentou críticas quanto à segurança pública e à falta de um protagonismo estadual na organização do Carnaval. Pernambuco teve um reforço no policiamento, mas ainda assim, houve relatos de arrastões e violência em alguns pontos estratégicos da folia, especialmente em Olinda e no Recife Antigo.
A estrutura oferecida pelo Governo do Estado também ficou abaixo das expectativas. O investimento em segurança e organização pareceu insuficiente para o volume de foliões. Em Olinda, por exemplo, houve relatos de falta de efetivo policial em momentos críticos da festa. O apoio logístico para os municípios do interior também foi alvo de críticas, com algumas cidades reclamando da ausência de um suporte mais forte do governo estadual.
Por outro lado, Raquel Lyra acertou ao fomentar o turismo cultural em outras regiões do estado, promovendo festas tradicionais em cidades como Bezerros e Nazaré da Mata, levando atrações para além da capital. Porém, sua atuação acabou sendo ofuscada pela bem-sucedida estrutura montada por João Campos no Recife.
Segurança: O Ponto Fraco do Governo
O grande calcanhar de Aquiles do Carnaval pernambucano foi a segurança pública. A Polícia Militar foi reforçada, mas ainda assim, não conseguiu conter todas as ocorrências. Em algumas regiões, houve relatos de violência e furtos, gerando sensação de insegurança entre os foliões.
A estratégia da gestão estadual de manter um efetivo policial robusto em pontos estratégicos até funcionou em alguns momentos, mas, no geral, deixou a desejar. A sensação foi de que o Governo do Estado perdeu a oportunidade de se destacar em um evento de grande porte, deixando espaço para que João Campos brilhasse sozinho.
Quem Venceu?
Na balança do Carnaval 2025, João Campos sai como o grande vitorioso. O prefeito do Recife mostrou habilidade na organização da festa, garantiu um evento bem estruturado e conseguiu capitalizar politicamente sobre o sucesso da folia na capital. Já Raquel Lyra, embora tenha tido acertos pontuais, não conseguiu imprimir uma marca forte para o Carnaval do Estado e viu sua gestão ser alvo de críticas, especialmente no quesito segurança.
Se o Carnaval é um termômetro da popularidade dos gestores, João Campos sai fortalecido para os próximos desafios políticos, enquanto Raquel Lyra precisa ajustar sua estratégia para evitar que novas comparações a deixem em desvantagem no cenário estadual.