
A união entre diferentes setores da sociedade é o caminho para soluções efetivas. O terceiro setor, composto por ONGs, associações, fundações e cooperativas, tem se mostrado um parceiro fundamental do governo na implementação de políticas públicas, trazendo inovação, agilidade e proximidade com as comunidades.
Um exemplo que ilustra esse potencial é o trabalho do GRAACC (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), em São Paulo. Essa instituição, em parceria com o Sistema Único de Saúde (SUS), oferece tratamento oncológico infantil de excelência, atendendo crianças de diversas partes do Brasil. Essa colaboração não apenas viabiliza o acesso a tratamentos especializados, mas também salva vidas, proporcionando dignidade às famílias atendidas.
Outro caso de sucesso vem de Curitiba, com o programa “Banco de Alimentos”, onde ONGs locais e a prefeitura se unem para arrecadar e redistribuir alimentos para pessoas em situação de vulnerabilidade. Essa iniciativa não apenas combate o desperdício, mas também melhora a segurança alimentar, mostrando como o trabalho conjunto entre governo e sociedade civil pode transformar realidades.
O terceiro setor também se destaca na educação. O Instituto Ayrton Senna, por exemplo, atua em redes públicas de ensino, ajudando a desenvolver metodologias inovadoras que integram habilidades socioemocionais ao currículo tradicional. Esse tipo de parceria contribui diretamente para uma educação mais inclusiva e eficaz, preparando os jovens para os desafios do século XXI.
No entanto, para que essas iniciativas realmente gerem impacto positivo, é indispensável que os gestores públicos escolham com cuidado as organizações parceiras. Nem todas as ONGs são igualmente idôneas ou comprometidas com resultados concretos. Cabe ao gestor público fazer uma avaliação criteriosa, priorizando instituições sérias, transparentes e com histórico comprovado de atuação ética e eficaz.
Envolver-se com organizações idôneas é mais do que uma responsabilidade administrativa; é um compromisso com a confiança pública e com a transformação social. ONGs que operam com seriedade têm a capacidade de potencializar recursos públicos, maximizar resultados e engajar a sociedade em ações que realmente fazem a diferença.
A parceria entre governos e o terceiro setor deve ser construída com base na transparência, na responsabilidade compartilhada e no objetivo comum de atender às demandas da população. Quando isso ocorre, não há dúvidas de que o impacto é transformador. Afinal, a gestão pública não é um esforço isolado, mas um movimento coletivo, onde cada ator desempenha um papel crucial na construção de uma sociedade mais justa, solidária e inclusiva.
Jairo Lima é membro da Academia Cabense de Letras, artista plástico e pós-graduado em gestão pública