Como o próprio Chico Science dizia, “um passo à frente e você já não está mais no mesmo
lugar”. Acreditando nessa máxima e entendendo que toda grande trajetória se constrói passo a
passo, sua família decidiu salvaguardar o acervo do artista, que estava guardado desde 1997, quando
o artista faleceu. Os itens mais frágeis e icônicos, como cartas, figurinos e instrumentos musicais,
foram catalogados, higienizados, acondicionados e digitalizados. Para falar sobre todo material com
os fãs, será realizado o bate-papo “Acervo Chico Science – Um Passo a Mais”, no auditório do Porto
Digital, no dia 13/03 (quarta-feira), às 19h. A entrada é gratuita, por ordem de chegada e sujeita à lotação do local.
Todo o acervo do artista que passou pelo processo está dividido em documental,
indumentário e itens tridimensionais. Tudo isso foi possível graças ao esforço da família do artista,
que acondicionou o material durante todos esses anos, além do o incentivo do Sistema de Incentivo à Cultura do Município do Recife (SIC), Fundo de Incentivo à Cultura do Recife (FIC), Prefeitura do
Recife.
O trabalho contou com uma equipe formada por 16 profissionais. Entre os 1.405 que foram
catalogados estão figurinos (incluindo tênis, óculos e chapéus), pequenos objetos, documentos, cartas, instrumentos musicais e obras de arte. Entre os demais que foram contabilizados, higienizados
e acondicionados adequadamente estão fotografias, revistas, vinis, CDs e fitas VHS. Ao todo, foram trabalhados 3.805.
O acervo é rico em elementos que compunham o cotidiano e o lugar onde Chico vivia,
inspirava-se, aquietava-se para criar. Além de apresentar seu estilo de vida e de veste, dentro e fora dos palcos, inspirando também uma moda mangue, repleta de significado, mostrando o estilo urbano local, misturado a elementos rústicos do artesanato nordestino e muitos outros símbolos mundiais de liberdade de vestir como os óculos e tênis.
Esta é a segunda fase de ações realizadas para salvaguardar os objetos. Em 2023, a família
lançou o site acervochicoscience.com.br, em que estão disponíveis páginas digitalizadas de sete
cadernos de anotações do artista. “Preservar a memória, no caso a memória de Chico, ícone da
música nacional e símbolo do orgulho recifense de pertencer à cidade, tem vários aspectos de
relevância. O acervo preservado é fruto do cuidado e do afeto de muitas mãos e corações,
especialmente, sua família e amigos muito próximos que se dedicaram à guarda dos itens por todos esses anos, da melhor forma”, conta Goretti França, irmã de Chico. Ela é uma das grandes responsáveis por manter todo o material guardado esses anos em sua casa e na casa dos pais, dona Rita e seu Francisco.
“O trabalho foi realizado em uma feliz parceria com o Centro de Documentação Dom José
Lamartine (Arquidiocese de Olinda e Recife), teve a coordenação da empresa MUSEO – museologia e museografia, a execução da museóloga Déborah Siqueira, do fotógrafo Fred Jordão, amigo de Chico, e de uma equipe de três estagiárias do curso de museologia da UFPE”, explica Goretti.