Na gestão pública, valores filosóficos e espirituais possuem um papel central, e é fundamental que eles sejam compreendidos como guias para decisões e atitudes. Um bom gestor público não é apenas alguém habilidoso tecnicamente; ele é alguém que integra esses valores em suas ações diárias, buscando o bem-estar social acima de qualquer interesse próprio.
A filosofia, em sua essência, oferece uma base sólida para a prática da justiça e da virtude, tão necessárias na vida pública. Ao observar figuras como Aristóteles ou Sócrates, percebemos que a busca pela verdade e pelo bem comum são virtudes fundamentais. Quando um gestor adota esses princípios, ele se torna consciente de que seu papel é servir à sociedade com integridade, respeitando o valor de cada vida que suas ações afetam. Assim, filosofia e gestão se entrelaçam em um compromisso ético que coloca o outro em primeiro lugar.
Já os valores espirituais trazem uma profundidade que vai além da função administrativa. A espiritualidade, aqui, não se limita a uma religião específica, mas abrange o reconhecimento da dignidade humana e a compaixão. Um gestor espiritualizado é alguém que entende que sua missão é auxiliar aqueles que dependem de sua liderança, enxergando neles mais que estatísticas ou demandas; ele vê pessoas com histórias e necessidades reais. Esse é o ponto em que a gestão pública transcende o mero ato de administrar, transformando-se em um chamado para servir.
E talvez o valor mais imprescindível entre todos seja a humildade. Um mandato público é, na verdade, uma oportunidade de contribuição, não um palco para o ego ou para alimentar ambições pessoais. A humildade mantém o gestor com os pés no chão, lembrando-o constantemente de que o verdadeiro impacto não se mede em troféus ou prêmios, mas sim em resultados concretos na vida das pessoas. Quando um gestor é verdadeiramente humilde, ele entende que suas ações e decisões têm o potencial de escrever capítulos de transformação na história de uma comunidade.
No final das contas, o verdadeiro propósito de um mandato público é construir um legado, deixar uma marca duradoura que inspire mudanças reais. O gestor que se apoia nos valores filosóficos, espirituais e na humildade não busca reconhecimento pessoal, mas sim o bem coletivo. Ele sabe que, ao seguir essa rota, está pavimentando um caminho de impacto e contribuindo para o bem-estar social, elevando o propósito de sua posição para algo muito maior que ele mesmo.
Jairo Lima é pós-graduado em gestão pública, membro da Academia Cabense de Letras e artista plástico