Conhecido por abrigar a Fundação Gilberto Freyre e parte da Fundação Joaquim Nabuco, o bairro de Apipucos, uma das joias arquitetônicas do Recife, é um lugar que proporciona um mergulho saudável e prazeroso em quase cinco séculos de história da capital. A localidade, às margens do Rio Capibaribe, é uma excelente opção de passeio para quem gosta de explorar a cidade a pé e sem pressa. O ponto de partida é a bem-cuidada Praça de Apipucos, onde pássaros proporcionam um espetáculo à parte com a sinfonia de cantos.
De engenho a vilarejo, de palco da invasão holandesa aos movimentos revolucionários que marcaram a história de Pernambuco, Apipucos é para guardar do lado esquerdo do peito. Nome derivado da palavra tupi ape-puca, que significa caminho que se bifurca, o cenário geográfico do bairro pouco mudou desde o século XVI. A Rua Dois Irmãos, que divide a vila colonial em dois lados, ocupa o mesmo traçado de outrora.
O conjunto de casas coloniais surpreende. Os moradores, cientes do valor histórico dos imóveis, capricham na pintura e na decoração das fachadas, com direito a calçada ajardinada. Alguns sobrados saltam aos olhos, ocupam terrenos generosos e apresentam detalhes arquitetônicos imperdíveis. “Um lugar mágico. Moro em Apipucos desde que nasci e não abro mão. Minha família vive toda aqui”, confidencia o auxiliar de serviços gerais Wladimir Lins, de 51 anos. “É sossegado demais”, pontua.
A vila orbita em torno da Igreja de Nossa Senhora das Dores. O atual templo, com entrada voltada para o Largo de Apipucos, domina a colina onde se localiza a vila secular e data do século XIX. Os móveis, piso e escadarias de madeira, além das colunas e arcos que dão sustentação à construção, chamam a atenção do visitante e convidam a uma pausa para oxigenação do corpo e da alma.
A poucos metros dali o bairro reserva outras atrações já mencionada, como um açude e um parque. Outra relíquia de Apipucos, que se espalha por várias colinas, é a Casa Provincial dos Irmãos Maristas. O prédio abriga um convento e uma faculdade. Em tempo: a vila é segura, pois um batalhão da Polícia Militar funciona diante do “marco zero” do antigo arrabalde. Vamos nessa, meu povo?
Por: André Malagueta
Da redação do Radar Metropolitano com informações do @coisas_do_recife.