
Técnicos de Enfermagem da Hapvida continuam em greve e vão às ruas novamente nesta segunda-feira (27/10) para chamar a atenção da sociedade e da justiça sobre os mais de 100 dias do movimento paredista. A mobilização, organizada pelo Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Satenpe), acontecerá em frente ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 6ª Região, no Recife, a partir das 9h. Durante a atividade, será solicitada uma reunião com representantes do órgão sobre o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que inclui o pagamento do piso da categoria por meio da Lei 14.434/2022.
A greve iniciou no dia 17 de outubro do ano passado. No dia 29 do mesmo mês, o Pleno do TRT da 6ª Região, em sessão extraordinária, declarou por unanimidade a não abusividade do direito de greve dos Técnicos de Enfermagem e enquadrou a Hapvida a seguir a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) fechada em audiência de conciliação com o Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casa de Saúde e Laboratório de Pesquisa e Análise Clínicas do Estado de Pernambuco (Sindhospe), mediada pelo TRT da 6ª Região e pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) no mês de julho. Também foi determinado que não haverá descontos dos dias parados dos trabalhadores que aderiram ao movimento paredista.
Em novembro, a ministra relatora do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Kátia Magalhães, indeferiu o pedido cautelar apresentado pela rede de hospitais e manteve a decisão do TRT da 6ª Região que declarou a legalidade do movimento paredista por unanimidade. Entre as solicitações da Hapvida à justiça, pediu a manutenção de no mínimo 80% do efetivo dos profissionais em atividade. Atualmente, é de 50%, conforme determinado pelo TRT da 6ª Região.
“Com muita resiliência e consciência de classe, os Técnicos de Enfermagem estão cobrando os seus direitos há mais de 100 dias, escancarando como a Hapvida, considerada uma das principais empresas hospitalares do Nordeste, trata desrespeitosamente os seus colaboradores. Se não bastassem esses problemas, recebemos casos de assédio dentro do ambiente de trabalho e demissões durante esse período de greve. Continuaremos mobilizados até que o piso da enfermagem seja uma realidade no contracheque de cada Técnico de Enfermagem”, assegurou o presidente do Satenpe, Francis Herbert.
Segundo Francis, apesar de algumas tentativas de diálogo por parte do sindicato com a Hapvida, a empresa se nega a pagar o que ficou acordado em mediação com o TRT da 6ª Região e com o MPT. “O nosso ato é para reivindicar o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho e alertar as irregularidades que estão ocorrendo contra os profissionais. Nossa categoria merece respeito”, concluiu.