
Você já se olhou no espelho e pensou: “Preciso mudar algo”?
É mais ou menos isso que as avaliações externas fazem com nossas escolas. Elas não vêm para julgar, mas para revelar. Mostram onde estamos, o que já conquistamos e, principalmente, para onde precisamos ir. Mas atenção: não se trata de correr atrás de um número. Trata-se de correr atrás de sentido.
As avaliações como o SAEB, o SAEPE e tantas outras que circulam nas redes de ensino não são apenas instrumentos de medição, são oportunidades de transformação. Quando bem compreendidas e, mais ainda, bem utilizadas, se tornam bússolas poderosas para direcionar políticas, repensar práticas e garantir o direito de aprender de cada estudante.
Mas aí vem a grande pergunta: estamos nos preparando de verdade para essas avaliações? E mais importante ainda: estamos preparando nossas escolas para além das avaliações?
A preparação de uma rede de ensino para as avaliações externas vai muito além de aplicar simulados ou treinar para a prova. Trata-se de criar uma cultura de acompanhamento pedagógico contínuo, de formação de professores, de valorização do planejamento, da escuta ativa dos alunos e da gestão baseada em evidências. É um movimento coletivo, estratégico e sensível que exige articulação entre todos os setores da secretaria, alinhamento com os gestores escolares e, acima de tudo, compromisso com o aprendizado real.
As escolas que transformam resultados são aquelas que olham para os dados sem medo, enfrentam seus desafios com coragem e buscam soluções com inteligência. Elas sabem que cada ponto a mais no IDEB, por exemplo, representa uma conquista concreta na vida de centenas de crianças e jovens.
E não se engane: o sucesso em avaliações externas não é sorte, é construção. Construção de rotinas pedagógicas sólidas, de ambientes escolares organizados, de uma equipe unida por propósitos claros. É entender que cada sala de aula é um mundo e que todo mundo precisa estar preparado.
O tempo de improviso acabou. É hora de agir com estratégia, com técnica e, principalmente, com paixão pela educação pública. Porque quando a rede se prepara, quem ganha é o estudante. E quando o estudante aprende, a avaliação só confirma aquilo que já é visível no dia a dia da escola: a força de uma rede comprometida com o futuro.
Janaína Bezerra
Professora
Analista em Gestão
Gerente de Ensino