A Câmara Municipal do Recife promove, nesta quinta-feira (27), às 9h, audiência pública para discutir a segurança nas escolas e os casos de ataques violentos a instituições de ensino no País, que cresceram assustadoramente nos últimos anos. Autora da proposição do debate, a vereadora Liana Cirne (PT), destaca que os casos registrados nos últimos anos no Brasil levam a sociedade brasileira ao pânico, tornando urgente a discussão de alternativas para garantir a segurança das nossas escolas no Recife, no Estado e no Brasil.
Além da parlamentar petista, confirmaram participação no debate a senadora Teresa Leitão (PT), integrantes do grupo de trabalho para debater medidas para a prevenção e combate à violência nas escolas, composto por 12 vereadoras e vereadores, a presidente do Conselho Municipal de Educação, Ana Paula de Oliveira, a secretária de Educação de Pernambuco, Ivaneide Dantas, dirigentes dos sindicatos de trabalhadores da educação Jaqueline Dornelas (Simpere), Ivete Caetano (Sintepe), Helmilton Bezerra (Sinpro), do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino (Sinepe), José Ricardo Diniz e da União Metropolitana de Estudantes Secundaristas (UMES), Roberta Pontes. A Secretaria Municipal de Saúde, também foi convidada, mas ainda não indicou representante.
Pesquisa realizada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), aponta o registro de 22 ataques a escolas entre 2002 e 2023, dos quais 13, mais da metade dos casos, foram registrados nos últimos dois anos. O estudo da Unicamp revela um certo padrão entre os autores dos ataques: meninos ou homens, quase sempre brancos, heterossexuais, consumidores de conteúdos de ódio e racismo em grupos da internet.
Para a vereadora Liana Cirne, ações como a ampliação das Rondas Escolares, que contará com apoio financeiro da União, e reforço da segurança são bem-vindas, mas não resolvem o problema da violência nas escolas.
“É preciso olhar esse problema sob outros pontos de vista. Muitos dos jovens que cometem esses ataques são ou foram vítimas de bullying, possuem dificuldade de relacionamento ou vivenciam a violência em casa ou no bairro onde moram. Por isso, é absolutamente necessário investir no acompanhamento psicológico desses jovens para identificar e dar assistência a eles, além de acolher também as vítimas de violência doméstica, principalmente as meninas”, avalia.