
Na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (3), a deputada federal Clarissa Tércio criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo veto ao projeto que previa a distribuição gratuita, pelo SUS, do cordão de girassol — símbolo internacional de identificação de pessoas com deficiências não aparentes.
Segundo a parlamentar, a decisão do Governo Federal representa insensibilidade diante de uma pauta que afeta milhões de brasileiros que convivem com limitações invisíveis, como pessoas com autismo, epilepsia, doenças raras e outras enfermidades ocultas.
Para Clarissa, o veto vai além de uma discordância técnica e evidencia a forma como o atual governo trata a política de inclusão. “O cordão garante identificação básica e facilita o atendimento. Mesmo sendo um item de custo mínimo, o presidente optou por barrar a medida”, afirmou.
Em discurso duro, a deputada classificou a decisão como um ato de frieza e descaso. “Fomos surpreendidos com uma determinação absurda. Lula vetou a distribuição do cordão de identificação pelo SUS, que custa centavos para o Estado. Como se nega algo tão simples a quem já carrega o peso de uma deficiência ou de uma doença rara? Não é sobre um cordão, é sobre como o governo trata essa pauta como um incômodo”, declarou.
Clarissa Tércio também comparou a postura do atual governo com a gestão anterior, destacando ações simbólicas em defesa das pessoas com deficiência. Ela lembrou o gesto da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que discursou em libras em eventos oficiais. “No governo anterior, essas pessoas tinham voz, vez e prioridade. Hoje vemos o oposto”, afirmou.
Por fim, a parlamentar defendeu que o Congresso Nacional derrube o veto presidencial, restabelecendo o direito à distribuição gratuita do cordão de girassol. “Não se trata de burocracia, mas de respeito, dignidade e proteção para cidadãos que já enfrentam enormes desafios no dia a dia”, concluiu.




