
Quando pensamos em educação, geralmente associamos à leitura, escrita, matemática, ciências. Mas há algo ainda mais profundo, que sustenta a aprendizagem e prepara verdadeiramente para a vida: a capacidade de conviver em paz.
A escola é, por excelência, o espaço onde as crianças e jovens aprendem não apenas conteúdos, mas também como se relacionar, dialogar, lidar com conflitos e reconhecer o outro como legítimo no mesmo espaço.
A chamada Cultura de Paz não é um ideal romântico, mas uma necessidade concreta. Num mundo marcado por polarizações, violências simbólicas e físicas, e pelo aumento da intolerância, ensinar a paz é tão importante quanto ensinar a resolver uma equação. Paz não significa ausência de conflitos, mas a habilidade de enfrentá-los com respeito, diálogo e empatia. É transformar divergências em oportunidades de aprendizado coletivo.
Imagine uma escola onde os estudantes são estimulados a escutar ativamente, a resolver diferenças sem agressões, a se colocar no lugar do outro. Um ambiente em que professores, gestores e famílias reconhecem que valores como solidariedade, cooperação e respeito são tão formativos quanto qualquer disciplina. Essa escola não só prepara melhores alunos, mas também melhores cidadãos.
Trabalhar a Cultura de Paz nas escolas é um investimento de longo prazo. Crianças que aprendem a mediar conflitos hoje serão adultos mais preparados para construir sociedades menos violentas amanhã. Professores que promovem práticas de acolhimento e diálogo geram um círculo virtuoso que se expande além dos muros da escola, chegando às famílias e comunidades.
Ao refletirmos sobre isso, percebemos que não se trata apenas de um projeto pedagógico, mas de um compromisso civilizatório. Educar para a paz é, em última análise, educar para a humanidade.
E fica a pergunta que provoca: se a escola não ensinar a paz, quem ensinará?
Janaína Bezerra
Professora
Analista em Gestão
Gerente de Ensino