Enquanto a animação carnavalesca ainda ecoa nas ruas, números alarmantes revelam que o Carnaval de Pernambuco, conhecido pela festividade contagiante, ficará marcado também como o mais violento da história. A Secretaria de Defesa Social parece hesitar em divulgar o balanço oficial, mas o Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) não esperou e trouxe à tona uma realidade preocupante.
Segundo o levantamento do Sinpol, no período entre 8 a 13 de fevereiro, o estado registrou 62 homicídios consumados, sendo pelo menos 3 em locais de festa. Além disso, foram contabilizados 34 homicídios tentados, 135 furtos de veículos, 14 estupros, 630 furtos a transeuntes, 164 outros furtos, 291 roubos a transeuntes, 18 outros roubos e 231 roubos a veículos.
O presidente do Sinpol-PE, Áureo Cisneiros, ressalta a importância do Carnaval para Pernambuco, mas não deixa de apontar a ausência de uma política de segurança pública eficiente por parte da gestão atual. “Muitos desses homicídios e outros crimes poderiam ter sido evitados com o devido aporte de investimentos na Polícia Civil, ou seja, na polícia de inteligência”, afirma Cisneiros, destacando a necessidade urgente de priorizar a segurança.
Em meio às críticas, o sindicalista aproveitou a oportunidade para parabenizar os policiais civis pelo comprometimento e esforço durante o Carnaval, mesmo diante do descaso e falta de diálogo com o governo de Raquel Lyra. Cisneiros destaca que, apesar das adversidades, os policiais cumpriram com seu dever, evitando uma tragédia ainda maior nas festividades.
No entanto, Cisneiros expressa preocupação com o possível aumento nos números de homicídios. “Várias vítimas podem, infelizmente, vir a óbito em decorrência da gravidade das lesões”, lamenta o sindicalista, ressaltando a urgência de medidas efetivas para reverter esse quadro e garantir a segurança da população.
A falta de um balanço oficial por parte da Secretaria de Defesa Social levanta questionamentos sobre a transparência nas informações e a necessidade de uma abordagem mais assertiva para enfrentar a crescente onda de violência. O Sinpol-PE, ao divulgar esses dados, busca alertar a sociedade e as autoridades sobre a urgência de investimentos na segurança pública para preservar a paz e a integridade dos cidadãos pernambucanos.
Em meio a críticas e apreensões, resta à população e às autoridades refletirem sobre os caminhos a serem tomados para reverter esse cenário e garantir que o Carnaval, símbolo de alegria e cultura, não seja mais associado a recordes negativos de violência.