O complexo industrial portuário de Suape, localizado na cidade do Cabo de Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife (PE), já foi uma grande referência em geração de emprego no Brasil, antes do afundamento do setor naval devido aos escândalos de corrupção, revelados pela Operação Lava Jato.
Porém, o empreendimento ainda é uma potência para o desenvolvimento regional e econômico do país, devido sua localização e importância estratégica. Por isso, é grande a expectativa para volta da “chuva de empregos” devido aos investimentos bilionários que estão por vir, a exemplo da ampliação dos polos farmacêuticos existentes no local.
No ano passado, a Blau Farmacêutica se instalou em Suape. Agora, a gigante do setor de medicamentos e insumos hospitalares de alta complexidade cogita investir R$ 1,5 bi, o que deve gerar mais de 1.400 empregos, num terreno de 600 mil m² para operar 36 linhas de produção.
Outro polo farmacêutico em Suape é da Aché Laboratórios. A marca, que já opera no local desde 2019, agora planeja produzir 700 milhões de unidades de medicamentos por ano no próprio porto. O projeto dessa segunda etapa deve ocupar uma área de 250 mil metros quadrados e soma, aproximadamente, R$ 500 milhões em investimentos, devendo gerar mais de 250 empregos.
Somado todos os empreendimentos previstos, mais de 60 mil pessoas estarão trabalhando em Suape nos próximos anos.
Atualmente, 224 empresas estão instaladas no complexo industrial de Suape. Esses empreendimentos têm gerado pelo menos 40 mil empregos diretos e indiretos, segundo um levantamento feito pelo Movimento Econômico. Todos esses negócios irão se juntar a pelo menos outros 12 projetos estratégicos bilionários — incluindo a ampliação dos polos farmacêuticos — que juntos ultrapassam os R$ 46 bi e a projeção de mais 25 mil novos empregos. Assim, é possível que Suape tenha até 2027 mais de 60 mil trabalhadores e trabalhadoras.
Recentemente, a autonomia de Suape foi devolvida, permitindo, assim, gerir seus negócios, dando ainda mais rapidez aos novos empreendimentos. Uma importante conquista que se celebra com anúncios de vários empreendimentos, como um novo terminal marítimo da A.P. Moller – Maersk, que tem previsão de investimento em mais de R$ 2,5 bilhões.
Também está previsto uma planta de produção de hidrogênio verde da Qair com incríveis investimentos previstos em mais de R$ 22,5 bilhões e previsão de quase 3 mil empregos. Além disso, é esperado um terminal de tancagem de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), da Nacional Gás com a Liquigás e Copagaz, orçado em R$ 3,5 bilhões e um, terminal de regaseificação de GNL da Oncorp e Shell (R$ 2 bilhões).
Já a refinaria Abreu e Lima, que opera no complexo portuário de Suape desde 2014, deve ganhar uma nova vida com mais de R$ 5 bi de investimentos para um dia ser vendida pela Petrobras. Esse é o projeto que mais gera empregos até 2027 no local. A projeção é de 12 mil postos de trabalhos. Confira aqui em detalhes as projeções de cada projeto.
Expectativa para o ramal da Transnordestina que ligaria Suape
A ferrovia transnordestina, cujo projeto atual é ligar a cidade de Elizeu Martins, no Piauí, ao Porto de Pecém, em São Gonçalo do Amarante (CE), deveria contemplar o Porto de Suape, com a construção de um ramal que começaria no meio da estrada de ferro, na cidade de Salgueiro, no sertão de Pernambuco. Assim, seriam 1.200 quilômetros de trilhos do Piauí ao Ceará e mais 700 quilômetros de Salgueiro a Suape.
Porém, a concessionária responsável pela obra, com o aval do governo Bolsonaro, resolveu não mais realizar o trecho Salgueiro-Suape, o que causou uma enorme insatisfação. O imbróglio ganhou as páginas do noticiário político local.
Lideranças políticas negociam com agentes do atual Governo Federal para o projeto voltar a ser como era, contemplando o Porto de Suape. Ainda não há nenhuma solução definitiva para a situação.
Fonte: Site Petróleo e Gás