
As dificuldades enfrentadas por pessoas com neurodivergência para acessar medicamentos essenciais fornecidos pelo Governo do Estado motivaram a realização de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta quarta-feira (11). O encontro, promovido de forma conjunta pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Saúde e Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência, reuniu parlamentares, representantes do Governo e diversas associações ligadas à causa.
A principal queixa debatida durante a audiência foi a recorrente falta de medicamentos distribuídos pela Farmácia de Pernambuco, programa estadual responsável por garantir o acesso gratuito a remédios de uso contínuo. Familiares e cuidadores relataram a rotina de incertezas e impactos graves na saúde e qualidade de vida das pessoas com autismo, TDAH, epilepsia e outras condições neurodivergentes, diante da descontinuidade no fornecimento dos medicamentos.
Representantes de associações denunciaram que a escassez de remédios tem se agravado nos últimos meses, e cobram transparência, regularidade no abastecimento e a inclusão efetiva da neurodivergência nas políticas públicas de saúde do Estado.
Durante a audiência, também foi discutida a necessidade de atualização da lista de medicamentos oferecidos pelo SUS estadual, além da criação de um canal direto de comunicação entre as famílias e a gestão da Farmácia de Pernambuco, para garantir acompanhamento dos estoques e respostas mais rápidas.
Os parlamentares presentes assumiram o compromisso de acompanhar de perto a situação e cobrar soluções da Secretaria Estadual de Saúde, com o objetivo de evitar o colapso no atendimento a essa população vulnerável. Propostas como a realização de visitas técnicas, elaboração de um relatório oficial e novos encaminhamentos legislativos foram sugeridas ao fim da audiência.