Após uma viagem de negócios ao exterior que durou dez dias, o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, desembarcou hoje na capital pernambucana. Sua chegada não passou despercebida, já que, amanhã ou na quarta-feira, o prefeito do Recife, João Campos, oficializará a nomeação do deputado estadual Antônio Coelho, irmão de Miguel, como o novo secretário de Turismo da sua administração, substituindo Cacau de Paula, filha do ministro André de Paula, da Pesca.
Esta nomeação representa um marco na política pernambucana, pois sela definitivamente o retorno do grupo Coelho à Frente Popular no Estado, agora liderada pelo prefeito da capital, João Campos, que é herdeiro político do ex-governador Eduardo Campos.
O reencontro político é ainda mais significativo considerando as eleições passadas, quando Miguel Coelho concorreu como candidato a governador em faixa própria, contrapondo-se ao PSB. Embora não tenha avançado para o segundo turno, Miguel apoiou Raquel Lyra, do PSDB, após sua derrota no primeiro turno.
No entanto, a expectativa de que Miguel Coelho fosse recompensado pelo seu apoio a Raquel no Governo do Estado não se concretizou, o que manteve o grupo Coelho distante do PSB. Especulava-se que ele seria nomeado para um cargo ou que alguém do seu grupo seria indicado, mas isso não ocorreu.
Vale lembrar que Miguel foi o grande responsável pela expressiva votação que Raquel Lyra obteve em Petrolina no segundo turno, com aproximadamente 80 mil votos, em comparação aos pouco mais de cinco mil votos no primeiro turno. Petrolina foi um dos raros municípios do Sertão em que Raquel superou a candidata Marília, graças ao apoio decisivo de Miguel.
No entanto, a governadora nunca reconheceu publicamente esse apoio. Isso não é novidade, já que em sua eleição como prefeita de Caruaru em segundo turno contra Tony Gel, Raquel também teve o apoio fundamental do ex-prefeito José Queiroz, que foi posteriormente abandonado por ela.
A chegada do grupo Coelho ao Governo de João Campos também tem um componente eleitoral, com vistas não apenas à reeleição do prefeito socialista no Recife, mas à construção de uma aliança política sólida para as eleições de 2026, visando impedir a reeleição de Raquel Lyra. A movimentação política em Pernambuco continua a surpreender e promete agitar ainda mais o cenário político estadual nos próximos anos.