
A administração da ex-prefeita de Ipojuca, Célia Sales, tornou-se alvo de uma investigação aprofundada após denúncias de irregularidades no concurso público realizado em 2024. O Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) determinou uma auditoria especial para apurar supostas fraudes nas nomeações realizadas no último dia do mandato de Célia, em 31 de dezembro de 2024. Na ocasião, a ex-gestora nomeou 518 novos servidores, levantando dúvidas sobre a legalidade e os critérios utilizados no processo.
O atual prefeito, Carlos Santana, solicitou formalmente ao TCE-PE, por meio do processo TC n° 2301046-1, a suspensão das nomeações. Ele argumenta que não houve realização de estudos de impacto financeiro, uma exigência legal para novas contratações, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal. A ausência desses estudos pode acarretar desequilíbrios graves no orçamento municipal, comprometendo a sustentabilidade das finanças públicas.
Além das questões financeiras, novos elementos agravaram a situação: há acusações de favorecimento ilícito a candidatos cotistas e denúncias de que uma ex-secretária de gestão de Célia Sales teria sido nomeada indevidamente para uma vaga no certame. Esses apontamentos levantam suspeitas de manipulação no resultado do concurso com objetivos políticos, o que, se for comprovado, poderá configurar abuso de poder e improbidade administrativa.
O TCE-PE já designou uma equipe técnica para condução de auditorias, que deverá ser concluída em até 60 dias. Durante esse período, serão analisados documentos relacionados ao concurso público, critérios de avaliação, nomeações e investimentos financeiros. A apuração será decisiva para determinar se houve, de fato, irregularidades no processo.
Caso as denúncias sejam confirmadas, os envolvidos poderão enfrentar graves avaliações administrativas, incluindo a anulação das nomeações e a responsabilização da ex-prefeita Célia Sales e de outros agentes públicos. Além disso, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) poderá abrir uma ação civil pública, o que pode resultar em processos judiciais e até na inelegibilidade da ex-gestora.
Reação da nova gestão
O prefeito Carlos Santana já deu início a uma série de medidas para reavaliar o concurso e restaurar a confiança da população. Uma comissão especial foi formada para revisar todos os procedimentos realizados durante a seleção e garantir que as futuras contratações sejam realizadas com total transparência e legalidade.
Santana também destacou, em nota oficial, que “a prioridade da nova gestão é proteger os interesses da população de Ipojuca, garantindo que cada ato administrativo seja guiado pela responsabilidade fiscal e pelo compromisso com a ética”.
Enquanto as auditorias prosseguem, a pressão recai sobre o TCE-PE para que o caso seja investigado com rigor e agilidade. A população de Ipojuca acompanha atentamente os desdobramentos, na expectativa de que a verdade prevaleça e as eventuais irregularidades sejam corrigidas.
O episódio expõe as consequências de gestões apressadas e pouco transparentes, além de evidenciar a necessidade de maior rigor no controle de nomeações e concursos públicos. Para Célia Sales, os próximos passos do processo podem definir o futuro de sua trajetória política.