
Após a Prefeitura do Recife anunciar que o Mercado Público do Jordão será desativado e transformado em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), comerciantes locais estão em estado de alerta. A medida, segundo a gestão municipal, visa atender à demanda por serviços de saúde mental, uma necessidade crescente na cidade. No entanto, o que gerou indignação entre os trabalhadores foi a ausência de uma proposta de realocação, deixando-os sem um novo local para continuar suas atividades comerciais.
O vereador Gilson Machado Filho (PL), sensível à situação, recebeu diversas queixas dos comerciantes e se mostrou solidário com a causa. Ele questionou a decisão da prefeitura, destacando que os trabalhadores que atuam no mercado não podem simplesmente ser removidos sem a devida providência para o sustento de suas famílias.
“São trabalhadores dignos que ali estão para garantir o sustento diário. Não é justo que a prefeitura retire esses comerciantes sem garantir que eles tenham um novo espaço para trabalhar. Eles não podem ser tratados dessa forma. Eu me coloco à disposição para ajudar no que for necessário“, afirmou Gilson Filho, enfatizando a importância de ouvir a demanda de cada comerciante.
A florista Luciane Oliveira, uma das afetadas pela desativação, expressou a surpresa e a preocupação de todos com o anúncio abrupto da medida. “Para nós, foi uma verdadeira surpresa esse anúncio da nossa retirada de forma brusca. Estamos sem cobertura e precisamos de alguém que nos ajude. Sou moradora do Jordão há anos, vim para cá para trabalhar de forma legal. Investi no meu negócio e agora não sei se irei continuar aqui”, desabafou Luciane.
Luiz Guimarães, que há 25 anos mantém seu comércio no mercado, também demonstrou insatisfação com a falta de apoio dos políticos. “Nunca nenhum vereador veio aqui, mas para tirar a gente daqui, apareceram vários vereadores”, afirmou, indignado com a situação. Ele também falou que Gilson Filho foi o único vereador a aparecer pessoalmente no mercado para ouvir as preocupações e se solidarizar com as famílias afetadas.
A prefeitura, por sua vez, justificou a medida dizendo que o Mercado Público do Jordão está abandonado e não traz lucros. A proposta de transformar o local em um CAPS, segundo a gestão municipal, é mais viável diante das necessidades da comunidade.
Porém, para os comerciantes, o abandono do espaço é uma consequência da própria gestão municipal, que, segundo eles, não fez os investimentos necessários para revitalizar o mercado. Eles temem que, ao fechar o local, o desemprego aumente ainda mais, afetando diretamente as famílias que dependem dessa fonte de renda.
O vereador Gilson Filho, preocupado com o impacto social da desativação, questionou: “Nada contra a construção de um CAPS, pois a cidade realmente precisa, mas e as famílias que dependem desse mercado? Pra onde essas pessoas vão agora? Isso é desrespeito com os trabalhadores.”