Após três ataques de tubarão em menos de 15 dias nas praias do Grande Recife, o governo de Pernambuco vai anunciar medidas para evitar novos incidentes. Haverá investimentos para a retomada das pesquisas e do monitoramento dos tubarões – interrompidos desde 2014.
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente ficará responsável pelos estudos a partir de agora, tirando a responsabilidade da Secretaria de Defesa Social (SDS). Desde 1992, o Estado já registrou 77 ocorrências envolvendo tubarões, das quais 67 no continente e outras 10 na Ilha de Fernando de Noronha. Ao todo, 26 mortes foram somadas até hoje.
Até novembro de 2014, a SDS mantinha um convênio com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que monitorava os tubarões na costa pernambucana.
Uma embarcação, conhecida como Sinuelo, realizava expedições no mar e capturava os tubarões, colando chips visando acompanhar o trajeto feito por eles. Depois, os animais eram soltos em alto-mar, diminuindo os riscos de incidentes.
Sem a verba estadual, o monitoramento foi interrompido e os casos de incidentes com tubarão na costa pernambucana se multiplicaram a partir de 2018 – principalmente na altura da Igrejinha de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes.
“É preciso investimento em educação ambiental e orientação aos banhistas. As placas com avisos estão degradadas em decorrência do tempo. Também é preciso que o Estado faça o monitoramento das espécies de tubarão. Isso já vem sendo alertado há muito tempo”, pontuou o engenheiro de Pesca e pesquisador da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Jonas Albuquerque, que também presta apoio ao Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit).
Jonas está liderando o trabalho de análise das espécies de animais que morderam os dois banhistas em Piedade nos dois últimos dias.
Os detalhes de como será feito o monitoramento dos tubarões ainda serão revelados pelo governo estadual nos próximos dias.
Texto: Raphael Guerra – JC