
Em cada sala de aula, muito além das paredes e quadros, pulsa um universo de emoções. Crianças, jovens, educadores — todos carregam dentro de si histórias, sonhos, medos e esperanças. A escola, mais do que um espaço de aprendizagem acadêmica, é um território onde a inteligência emocional pode florescer como ponte entre o saber e o sentir, entre o ensinar e o acolher.
Inteligência emocional não é apenas uma competência a ser ensinada; é um caminho de humanidade que precisa ser vivido. Quando um educador percebe a tristeza escondida atrás do silêncio de um aluno, quando compreende que a raiva é, muitas vezes, um grito por atenção, ele não apenas ensina — ele transforma. Da mesma forma, quando o estudante aprende a nomear seus sentimentos, a lidar com frustrações, a se colocar no lugar do outro, ele não apenas aprende — ele cresce.
Nas escolas onde a emoção é reconhecida como parte do processo educativo, o clima se torna mais leve, o respeito floresce, os vínculos se fortalecem. A empatia deixa de ser um conceito e se torna prática diária. As palavras “cuidado”, “acolhimento” e “escuta” passam a fazer parte do currículo vivo da convivência.
Desenvolver inteligência emocional na escola é semear um futuro onde o conhecimento caminha de mãos dadas com a sensibilidade. É formar seres humanos inteiros, que saibam lidar com as próprias dores e que saibam ser abrigo na dor do outro. É ensinar que o verdadeiro sucesso não está apenas nas notas, mas na capacidade de viver com propósito, compaixão e equilíbrio.
Porque, no fim, a educação que toca o coração é a que realmente transforma o mundo. E a inteligência emocional é a chave que abre essa porta.
Janaina Bezerra
Professora
Analista em Gestão Educacional e Gerente de Ensino do Jaboatão