As eleições municipais de 2024 foram palco de uma disputa estratégica entre dois dos maiores nomes da política pernambucana: o prefeito do Recife, João Campos (PSB), e a governadora Raquel Lyra (PSDB). Ambas obtiveram vitórias importantes nas prefeituras da Região Metropolitana e consolidaram forças em bases que serão cruciais para os próximos debates políticos no estado, especialmente com vistas à próxima eleição para o governo de Pernambuco.
João Campos teve sucesso expressivo em cidades-chave. No Cabo de Santo Agostinho, um dos municípios mais importantes da região, apoiou e conseguiu eleger o ex-prefeito Lula Cabral, que retorna ao comando da cidade com grande popularidade e influência local. Em Ipojuca, outro polo estratégico pelo potencial econômico impulsionado pelo Porto de Suape, o apoio de João foi decisivo para a vitória de Carlos Santana, que assume uma prefeitura com respaldo forte do PSB e do grupo de Campos. Essas vitórias reforçam a presença de João Campos na Região Metropolitana e aumentam seu alcance em áreas de grande peso eleitoral e econômico.
Por outro lado, a governadora Raquel Lyra também conquistou vitórias importantes, solidificando seu poder em Olinda e Paulista, cidades emblemáticas para qualquer liderança que almeje crescer politicamente em Pernambuco. Em Olinda, Raquel foi decisiva para a eleição de Mirella Almeida no segundo turno, após uma disputa acirrada contra Vinicius Castello (PT). Em Paulista, outro município relevante e com expressivo eleitorado, Raquel viu Ramos se consagrar nas urnas, consolidando a presença do PSDB e ampliando sua base de apoio. Essas conquistas reforçam a governadora como uma liderança forte e competitiva, que pudesse articular sua base e encontrar aliados para contrabalançar a influência do PSB.
O cenário que se desenha para as próximas eleições ao governo de Pernambuco aponta para uma disputa direta entre João Campos e Raquel Lyra, ambos agora mais robustos em suas bases. João, que carrega o legado político do PSB e da família Campos, vem investindo em uma plataforma de modernização e desenvolvimento urbano, focando em pautas sociais e no fortalecimento de serviços públicos, estratégias que têm garantido apoio nos maiores centros urbanos do estado. Raquel, por sua vez, tem trazido uma pauta de renovação e eficiência administrativa, destacando-se por um discurso de gestão técnica e por investimentos em infraestrutura e segurança, o que agrada uma parcela significativa do eleitorado pernambucano.
As vitórias recentes nas prefeituras não apenas ampliaram as bases de ambos, mas também delinearam um cenário competitivo para o futuro. Com Pernambuco dividido entre as forças de João e Raquel, as próximas eleições deverão acirrar essa disputa, que já apresenta reivindicações de uma nova polarização. A partir de agora, tanto João quanto Raquel terão o desafio de manter as bases conquistadas e de expandir suas alianças, cada um defendendo sua visão para o desenvolvimento de Pernambuco.
Essa próxima batalha promete não apenas uma disputa eleitoral, mas uma verdadeira disputa de projetos e visões para o estado, definindo quem terá a última palavra sobre o futuro pernambucano.