
O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, teve sua prisão preventiva revogada na noite desta sexta-feira (14) por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida garante que Gilson seja liberado ainda hoje, após menos de 24 horas detido.
A prisão do ex-ministro, decretada na quinta-feira (13), havia causado grande repercussão política, especialmente entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, dos quais Gilson é um dos nomes mais próximos. A detenção fazia parte de uma operação da Polícia Federal que investiga possíveis tentativas de interferência em processos administrativos e uso indevido da estrutura diplomática brasileira.
No entanto, após análise da defesa e dos autos do processo, Moraes considerou que não há mais justificativa para a manutenção da prisão do ex-ministro neste momento. A decisão traz alívio ao núcleo bolsonarista e reacende o debate sobre a proporcionalidade das medidas judiciais adotadas nos últimos meses contra antigos integrantes do governo anterior.
Mais cedo, Gilson Machado divulgou uma nota pública em que afirmou ser inocente, explicando que a única atitude tomada por ele foi a de pedir informações sobre a renovação do passaporte de seu pai, de 85 anos, junto a uma representação diplomática. “Não cometi crime algum”, escreveu o ex-ministro, afirmando nunca ter estado pessoalmente em consulados ou embaixadas.
A libertação ocorre em meio a crescentes críticas de setores da oposição ao que classificam como uma “escalada judicial contra adversários políticos”. Deputados e senadores ligados à direita vêm denunciando uma suposta falta de isonomia do sistema judicial, ao apontarem o que consideram tratamento diferenciado para aliados da esquerda.
Com a revogação da prisão, Gilson Machado deve retornar ao convívio político nos próximos dias e promete se defender com veemência das acusações que lhe foram imputadas.
A expectativa agora é de que o caso continue a ser debatido no Congresso e na opinião pública, diante do crescente embate sobre liberdade de atuação política, limites do Judiciário e a garantia de direitos individuais no Brasil democrático.