
Os metroviários de Pernambuco decretaram estado de greve permanente na noite da última quinta-feira (29), em assembleia realizada pelo Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE). A categoria protesta contra o processo de privatização do Metrô do Recife, previsto dentro do Programa Nacional de Desestatização (PND) do Governo Federal.
A principal reivindicação dos trabalhadores é a retirada definitiva da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) do programa de desestatização. De acordo com Luiz Soares, presidente do Sindmetro-PE, os metroviários se sentem traídos por promessas anteriores do Governo Federal de que o sistema metroferroviário seria mantido sob gestão pública.
Durante a assembleia, também foi criado um Comitê Permanente em Defesa do Metrô Público e de Qualidade, que terá como missão articular ações em defesa da CBTU e promover uma campanha de mobilização junto à sociedade, alertando sobre os impactos negativos que a concessão pode trazer.
Apesar do estado de greve, o funcionamento do metrô segue normal por enquanto. A categoria, no entanto, não descarta uma paralisação total caso não haja avanços significativos nas negociações. Uma nova assembleia está marcada para o dia 30 de julho, quando os metroviários decidirão sobre os próximos passos do movimento.
O estado de greve dos metroviários pode trazer reflexos importantes para a mobilidade urbana da Região Metropolitana do Recife, onde o sistema de metrô é um dos principais meios de transporte público, especialmente para a população de baixa renda. Uma paralisação afetaria diretamente milhares de usuários que dependem do serviço diariamente.
O Governo Federal ainda não se pronunciou oficialmente sobre a decisão da categoria. Os trabalhadores esperam a abertura de um canal efetivo de diálogo e a suspensão do processo de concessão como medida imediata para evitar a greve.
A mobilização dos metroviários levanta um debate importante sobre o futuro do transporte público no país e os limites da privatização em setores estratégicos. A sociedade, os governos e os trabalhadores precisarão encontrar uma solução que garanta um serviço de qualidade, acessível e sustentável para a população.