O Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde do Ministério Público de Pernambuco (CAO Saúde/MPPE) iniciou, em conjunto com as Promotorias de Justiça da Região Metropolitana do Recife, acompanhamento sobre as deficiências no funcionamento das unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O objetivo é cobrar dos gestores municipais a melhoria desses serviços, de modo a evitar que a falta de ambulâncias nas cidades continue sobrecarregando o SAMU do Recife.
“Vamos agendar essas audiências com base na informação, repassada pelo Samu Recife ao CAO Saúde, do número de solicitações de atendimento aos municípios vizinhos. Na primeira audiência, realizada na terça-feira (8), foram abordadas as unidades de Olinda e do Cabo de Santo Agostinho. Os próximos serão Jaboatão dos Guararapes e Paulista, que também acabam motivando o deslocamento de uma grande quantidade de ambulâncias do Recife”, ressaltou a coordenadora do CAO Saúde, Promotora de Justiça Helena Capela.
Para o custeio do SAMU, os municípios devem arcar com o percentual de 25%, sendo 50% repassados pelo Ministério da Saúde e os demais 25% pelo Estado de Pernambuco. Os dois municípios relataram demora para receber novas ambulâncias do Ministério da Saúde, a fim de substituir as atuais, que já estão no prazo limite de cinco anos de uso e cuja renovação da frota cabe ao órgão federal.
Para buscar uma resposta efetiva às queixas apresentadas pelos gestores dos SAMUs de Olinda e do Cabo de Santo Agostinho, o MPPE vai oficiar o Ministério Público Federal, para que requisite informações ao Ministério da Saúde com relação à renovação da frota de ambulâncias das cidades pernambucanas.
Outro ponto crítico para o funcionamento das ambulâncias é a prática da retenção de macas nos hospitais estaduais. Segundo o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), em boa parte dos casos o paciente resgatado dá entrada em uma unidade de saúde com a maca utilizada pela ambulância, mas o equipamento não é devolvido, inviabilizando o retorno dessa ambulância para a base do SAMU.
Diante disso, o termo da audiência foi encaminhado às Promotorias de Saúde da Capital para ciência e adoção das medidas que entender cabíveis, notadamente quanto à irregularidade dos repasses dos recursos referentes ao SAMU para os municípios do Estado, bem como quanto à retenção das macas das ambulâncias do SAMU nas unidades da rede estadual de saúde.
A próxima audiência para tratar do funcionamento do SAMU nos municípios da região metropolitana do Recife está prevista para ocorrer em 7 de junho de 2023.