Chegou a hora de arregaçar as mangas. As eleições, para a maioria das cidades, já passaram. Exceto por algumas poucas onde o segundo turno ainda será decidido, as festas e as celebrações ficaram para trás. Agora, o que nos espera é a responsabilidade de transformar as promessas de campanha em ações concretas e planejamento sério. E aqui está uma verdade que precisamos encarar: não existem soluções fáceis para problemas complexos.
A administração pública é desafiada diariamente por questões que vão muito além do simples e do imediato. Desigualdade social, infraestrutura, saúde, segurança – todos esses temas demandam soluções que ultrapassam respostas superficiais ou rápidas. Para enfrentarmos esses problemas de forma eficaz, é crucial que compreendamos a importância da governança colaborativa.
Na gestão pública moderna, a colaboração entre governo, setor privado e sociedade civil não é apenas desejável, mas indispensável. É um erro acreditar que um único setor possa resolver os problemas sozinho. Apenas quando unimos forças, com cada um trazendo sua expertise e visão, conseguimos elaborar políticas públicas que sejam realmente eficazes e sustentáveis.
Os gestores públicos têm agora a oportunidade de criar parcerias que transcendam o mandato de quatro anos e que tragam resultados concretos para a população. O setor privado pode contribuir com inovação, tecnologia e agilidade na implementação de projetos. Já a sociedade civil tem um conhecimento único das demandas locais e das necessidades reais da população. Quando esses três atores trabalham em conjunto, os resultados são mais abrangentes, mais legítimos e, acima de tudo, mais duradouros.
Mais do que nunca, a governança colaborativa é a chave para resgatar a confiança da população na gestão pública. As pessoas precisam sentir que suas vozes estão sendo ouvidas, que suas necessidades estão sendo atendidas, e que as decisões são tomadas de forma transparente e inclusiva. Esse tipo de gestão traz proximidade entre o governo e a sociedade, quebrando o distanciamento muitas vezes existente e criando uma nova relação de confiança.
Outro aspecto essencial dessa abordagem é o planejamento de longo prazo. Não podemos mais nos dar ao luxo de pensar apenas em ações imediatistas ou paliativas. Para resolver problemas complexos, precisamos de estratégias de médio e longo prazo, com metas claras, prazos definidos e avaliação contínua dos resultados. E, novamente, esse tipo de planejamento só é possível se houver uma verdadeira colaboração entre governo, empresas e sociedade civil.
Sabemos que essa nova forma de governar exige uma mudança de mentalidade. Não é mais possível pensar de forma centralizadora ou isolada. Os gestores precisam ser facilitadores, articuladores, capazes de mobilizar os diferentes atores e setores em torno de objetivos comuns. E isso implica não apenas em ouvir, mas em integrar, em criar espaços de diálogo e cooperação que tenham resultados práticos.
Mas é importante lembrar que essa colaboração não pode ser feita de forma improvisada. Não basta convidar o setor privado e a sociedade civil para o diálogo se não houver clareza nos objetivos, nos papéis de cada um e, principalmente, no compromisso com os resultados. A governança colaborativa só é eficaz se for bem estruturada, organizada e baseada na transparência.
Portanto, chegou o momento de deixar para trás os discursos eleitorais e focar na implementação de uma gestão pública que esteja, de fato, conectada com as necessidades da população. Precisamos reconhecer que não há soluções simples para problemas complexos. O caminho para uma gestão pública eficiente passa pela colaboração entre todos os setores da sociedade. Com isso, poderemos implementar políticas públicas que sejam sustentáveis, eficazes e que realmente melhorem a vida das pessoas.
Agora, com as eleições praticamente resolvidas na maior parte do país, a hora é de começar a trabalhar. E para os poucos que ainda enfrentarão o segundo turno, que este seja também um chamado para pensar além da vitória, e sim na governança que virá em seguida. Vamos ao trabalho!