A rejeição do povo ao mandato do (a) prefeito (a).
Por que o povo rejeitaria um prefeito (a) que o próprio povo elegeu? E a resposta básica é que geralmente nesses casos, o prefeito (a) eleito (a) não atendeu as expectativas do povo e em muitos casos, sua equipe não atende nem ao interesse do próprio prefeito. Agem por conta própria, fazendo o governo aparentar sem rumo, cada um “remando” para lados diferentes, o barco tende a rodar no mesmo lugar, e quem paga e paga caro é o povo que não tem a resposta que necessita do poder público.
No Cabo de Santo Agostinho, nas eleições passadas, para prefeito, algo muito “interessante” ocorreu, para exemplificar nossa conversa hoje, alguns candidatos juntaram-se na reta final das eleições para eleger o hoje prefeito Keko do Armazém. Essa junção tinha por finalidade tirar, o que já se desenhava certo, a reeleição do atual prefeito, naquele momento o Lula Cabral. Entretanto, para que houvesse a união de candidatos nesse projeto de eleger um deles, acordos foram feitos, e o povo do Cabo não foi chamado à mesa para participar desses acordos, aqui se fecha um elo da corrente da possível e futura rejeição de um projeto político. Afinal o poder emana do povo, governo é do povo e para o povo e não para um grupo específico de pessoas.
Com a decisão de juntar figuras que antes até se demonstravam rivais políticos, e com acordos ocultos ao povo, o governo foi eleito e o Keko do Armazém assumiu “as chaves” da prefeitura do Cabo. Aqui, é importante entender que não tem nada de errado em acordos políticos, isso acontece a toda hora, o que não deveria ocorrer é não transparência dos acordos, afinal estamos falando de empresa pública. Dito isso, quando o prefeito do Cabo assume, juntamente com outros candidatos a prefeitos, que entregaram as suas candidaturas para um único projeto, assumiu ali também, várias ideias, nortes políticos, partidos historicamente “rivais”, por exemplo, PT e PL juntos, só no Cabo mesmo. O que quero dizer é que cada um, quis externar ao povo suas ideias como se fossem vários prefeitos em uma mesma cidade, o que fez o prefeito de fato eleito, o Keko do Armazém não ter “força” de decisão mais rigorosa, como exonerações.
Afinal, existia ou existe o tal acordo e isso fez com que os projetos não fossem retirados do papel, problemas com a secretaria de saúde que não entrega um trabalho digno ao povo do Cabo. Iluminação ruim, canais sem desobstrução, o que causou alagamentos, e povo do Cabo, se quer, podendo ter acesso a uma simples fralda geriátrica ou uma sesta básica, entre outros serviços que é obrigação do poder público. Rodeado de secretários que não ajudam o Keko do Armazém em muita coisa, principalmente no campo político, o povo começou a recuar que o projeto daria certo. Começaram as denúncias nas licitações, as crianças ficaram sem ônibus para ir à escola na zona rural, carro da guarda municipal sem combustível, professores e outras classes do poder público fazendo protestos. Ou seja, agora a conta chegou, uma alta rejeição de um governo que iniciou com toda probabilidade de ir nesse caminho.
Agora tem que fazer um caminho de se desvincular dessa imagem de ruim administrador, começando pela troca de partido. Antes era do PL de Bolsonaro e provavelmente deve ir, se já não o fez, para um partido de esquerda ou do social, provavelmente algum partido que tenha ligação com presidente Lula, que mesmo o Keko do Armazém, sendo do Partido Liberal (PL), apoiou o presidente Lula na cidade do Cabo. Dá tempo para as próximas eleições? São praticamente dois anos para tentar diminuir essa alta rejeição do povo do Cabo, para ele vir para uma reeleição, agora não sei se tem essa possibilidade eleitoral ou então ele possa lançar alguém de sua extrema confiança, provavelmente, o hoje Deputado Estadual Sr. Jeferson Timotéo.
Bem, como dizem, muitas águas ainda vão passar por debaixo dessa ponte. O que se sabe é que, ninguém que assume uma cidade fica alegre com um alto índice de rejeição do povo, mas para o Clayton Marques conseguir diminuir essa rejeição muita coisa tem que ser feita. A começar por um pente fino em toda sua equipe na parte de cima, que não o ajuda em muita coisa, a não ser receber seus altos salários e não resolverem o problema do povo e nem o do próprio Clayton Marques. E correndo por fora, ou diria, por dentro mesmo, vem o hoje Deputado Estadual Sr. Lula Cabral, que já foi prefeito do Cabo e teve uma votação significativa pelo povo do Cabo, mas isso é assunto para outro momento.
Por: Carllos Nascimento