Keko do Armazém despede-se da Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho com uma trajetória que não deixará saudades, ficando marcado na história como o pior prefeito do município. Seu único mandato, que termina em 31 de dezembro de 2024, é lembrado pela insatisfação popular com o serviço público prestado. A promessa de um Cabo mais próspero e bem gerido cedeu lugar a um cenário desalentador, com áreas como saúde, segurança, limpeza e educação enfrentando sucessivas falhas e descompassos.
No setor da saúde, os problemas eram constantes: falta de médicos e de medicamentos, filas intermináveis para consultas e exames, além da dificuldade em encontrar especialistas para tratar doenças mais complexas. A ausência de remédios nas unidades de saúde tornava-se uma queixa recorrente da população, que dependia do sistema público. A segurança, outro ponto sensível para os cabenses, também foi negligenciada, com o município voltando a ocupar o indesejado título de uma das cidades mais violentas, um reflexo da falta de atenção para políticas de prevenção e segurança pública.
A educação no Cabo de Santo Agostinho foi, sem dúvida, um dos pontos mais criticados da gestão de Keko. No comando da pasta estava o engenheiro-agrônomo Betinho Gomes, sem histórico de atuação em políticas educacionais, o que reforçou a percepção de que o setor foi deixado em segundo plano. As denúncias de perseguição a professores, merenda escolar de baixa qualidade – chegando ao ponto de entregar bananas-verdes para crianças – e a deterioração do ambiente escolar geraram indignação. A escolha de um secretário sem qualificação no setor foi vista como um sinal da pouca prioridade dada à área.
Outros serviços também ficaram aquém das expectativas. A limpeza pública, essencial para o bem-estar e a saúde da população, foi um problema constante, com o acúmulo de lixo nas ruas e falta de manutenção urbana. As expectativas criadas no início do mandato de Keko foram substituídas por um clima de frustração e descrença na administração pública municipal.
Assim, ao deixar o cargo, Keko do Armazém encerra um ciclo de gestão em que o distanciamento das reais necessidades da população se mostrou uma constante. Seu mandato tende a ser rapidamente esquecido pela população, assim como ocorreu com Elias Gomes e Betinho Gomes, cujas administrações foram apagadas da memória coletiva do Cabo e de Jaboatão. Para muitos, o próximo ano simboliza a esperança de que, com a mudança de gestão, o Cabo de Santo Agostinho possa finalmente ser conduzido por políticas públicas que priorizem o bem-estar e o desenvolvimento dos seus cidadãos, deixando para trás uma gestão que será lembrada como a pior da história do município.