
As cidades enfrentam desafios crescentes relacionados ao crescimento desordenado, à poluição e à falta de espaços que promovam qualidade de vida e bem-estar. Nesse contexto, os parques municipais emergem como soluções fundamentais para equilibrar o ambiente urbano, proporcionando benefícios que vão além do lazer e da prática esportiva. Sua importância está diretamente ligada à criação de espaços dinâmicos, que não apenas preservam a natureza e incentivam o convívio social, mas também fomentam a economia e a cultura local.
O conceito de parque urbano moderno vai além de áreas verdes para caminhadas e exercícios físicos. A população demanda espaços multifuncionais, capazes de integrar diversas atividades e atrair públicos distintos ao longo do dia e da semana. Assim, um parque bem estruturado deve contemplar infraestrutura sustentável que inclua cafeterias, restaurantes, feiras típicas e áreas para exposições artísticas e culturais. A experiência nesses espaços se torna mais enriquecedora quando há diversidade de usos, incentivando o turismo e a economia criativa.
Em Pernambuco, cidades como Camaragibe, Jaboatão dos Guararapes, Recife e Gravatá já possuem exemplos positivos de parques municipais que integram o lazer com a preservação ambiental e o desenvolvimento local. A revitalização e manutenção contínua desses espaços demonstram que investimentos em áreas verdes impactam diretamente na valorização imobiliária, na saúde da população e na sensação de pertencimento comunitário. Além disso, esses parques cumprem um papel essencial na educação ambiental, sensibilizando crianças, jovens e adultos para a importância da preservação da biodiversidade.
A criação e modernização de parques públicos devem estar alinhadas às diretrizes de sustentabilidade e acessibilidade. A implementação de energia renovável, gestão eficiente de resíduos e a adaptação para atender a todas as faixas etárias e condições físicas são aspectos essenciais para garantir que esses espaços sejam verdadeiramente inclusivos e funcionais. Quando um parque é bem planejado e gerido de forma eficiente, ele se torna um polo de encontro, aprendizado e desenvolvimento social.
O fortalecimento da identidade local por meio dos parques também deve ser considerado. A realização de feiras gastronômicas e artesanais, apresentações culturais e festivais temáticos reforça a cultura regional e incentiva pequenos empreendedores. Dessa forma, os parques deixam de ser apenas um local de lazer e passam a ser centros vivos de produção e consumo, beneficiando economicamente a cidade e estimulando a permanência dos cidadãos em espaços públicos.
Diante desses aspectos, a priorização dos parques municipais nas políticas públicas urbanas não deve ser vista como um gasto, mas como um investimento estratégico. Além dos benefícios ambientais e sociais, esses espaços proporcionam retorno econômico para as cidades, reduzindo custos com saúde pública ao incentivar hábitos saudáveis, atraindo turistas e impulsionando pequenos negócios. Um parque bem planejado e ativo transforma a dinâmica de um município, tornando-o mais sustentável, seguro e agradável para seus moradores e visitantes. A aposta nesse modelo de urbanismo sustentável é, sem dúvida, um caminho essencial para cidades mais humanas e equilibradas.
Jairo Lima é membro da Academia Cabense de Letras, artista plástico e pós-graduado em gestão pública