Por Jairo Lima
Nos últimos tempos, tenho observado uma constante em praticamente todos os setores do governo: a falta de inovação. É evidente que o setor público está carente de ideias novas e criativas, com um padrão de atuação que se repete ao longo dos anos. A cada gestão, vemos mais do mesmo. Há uma dificuldade clara em pensar fora da caixinha, uma resistência ao novo, ao diferente e ao criativo. Mesmo com os avanços da tecnologia e a revolução da inteligência artificial, ainda não vemos o setor público acordar para a realidade de que é preciso inovar.
Essa falta de inovação no setor público é um problema sério. Enquanto o mundo avança rapidamente com novas tecnologias e abordagens inovadoras, o governo permanece estagnado, preso a métodos antigos e burocracias ineficientes. Isso resulta não só em um desperdício de recursos, mas também em uma perda de oportunidades para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Por isso, acredito que é urgente que cada gestor público se mova em direção à inovação. Uma das maneiras mais eficazes de fazer isso é criando uma Secretaria Especial de Inovação ou, ao menos, uma equipe dedicada exclusivamente a pensar de forma criativa.
Proponho que todo gestor público crie uma Secretaria Especial de Inovação ou, alternativamente, uma equipe composta por profissionais das mais diversas áreas do setor público. Essa equipe seria incumbida de propor ações criativas e inovadoras, com a missão de surpreender o cidadão de maneira positiva, afetando diretamente seu cotidiano e trazendo mais bem-estar e qualidade de vida.
Imagine o impacto de ter um grupo de pessoas com diferentes habilidades e conhecimentos trabalhando juntas para encontrar soluções criativas para os desafios da cidade. Poderiam surgir ideias para melhorar o trânsito, inovar no atendimento em hospitais públicos, otimizar a coleta de lixo, ou até mesmo criar novas formas de engajar a população em projetos comunitários. Com uma abordagem interdisciplinar, seria possível identificar problemas de forma mais abrangente e encontrar soluções que talvez nunca fossem pensadas em um ambiente tradicional de trabalho.
Além disso, essa equipe de inovação poderia servir como um ponto de conexão entre o governo e o setor privado, promovendo parcerias que poderiam trazer novas tecnologias e métodos para o setor público. Em um momento em que a inteligência artificial está transformando o mundo, não podemos nos dar ao luxo de ignorar essas oportunidades. Precisamos de líderes que entendam a importância de abraçar o novo e que sejam corajosos o suficiente para implementar mudanças significativas.
A criação de uma Secretaria Especial de Inovação também teria um efeito cultural dentro do governo. Ela mostraria que o setor público está disposto a mudar, a se adaptar e a evoluir. Isso não só atrairia talentos que estão interessados em trabalhar em um ambiente que valoriza a inovação, mas também poderia ajudar a mudar a percepção que o público tem do governo, mostrando que ele é capaz de ser eficiente, criativo e progressista.
Ao final do dia, quem ganha com a inovação no setor público é o cidadão. São eles que sentirão diretamente os efeitos de um governo mais eficiente e que realmente se importa em melhorar a qualidade de vida da população. É hora de pensarmos diferente, de sairmos da zona de conforto e de abraçarmos a inovação. Precisamos ser gestores públicos que não têm medo de inovar e de levar o governo para o futuro.
Jairo Lima é membro da Academia Cabense de Letras, artista e gestor público