Na vida política tentamos entender a todo tempo o comportamento político de alguns agentes, para termos parâmetros de compreensão e buscar nortear esses agentes de alguma forma a ajudar sua gente.
Ser prefeito é praticamente ser o pai ou uma mãe de um cidade, mesmo que temporariamente, o que gera esperança ou expectativa de boas práticas, bons projetos e principalmente o socorro aos mais necessitados, ao povo em geral e quem se torna prefeito deve ou deveria governar para todos sem nenhum tipo de distinção seja lá qual for, para não viver um governo de perseguição, sem rumo e perdido em uma administração pública.
Conseguir ser prefeito é algo muito desgastante, é necessário montar grupo político, pessoas de muita inteligência técnica e emocional, é a burocracia partidária, é comitê, é divisão de tarefas, a execução de cada atividade, é cobrar os números, é estar nas ruas, mas é principalmente ter a aceitação do povo, pois quando se tenta ser prefeito a todo custo, por qualquer meio a sociedade acaba ficando de fora, os acordos são maiores que o povo e até maior que o próprio mandato.
Na Região Metroplitana do Grande Recife, temos um exemplo de como não se deveria ser prefeito. Um acordo muito oculto ao cidadão, que hoje deixa a cidade do Cabo de Santo Agostinho parada no tempo.
Como funcionou? Na reta final das eleições municipais passadas, percebendo que o hoje Deputado Estadual Lula Cabral seria reeleito, alguns candidatos a prefeito trocaram suas candidaturas para se juntar a candidatura do atual prefeito, o Keko do Armazém, assim a cada um que iria entregando sua candidatura iria “ganhando” uma secretaria para administrar, e assim a prefeitura do Cabo foi loteada como se fosse qualquer terreno e o eleitor, que não foi convidado para nada desse acordo estava ali assinando, sem saber, uma nítida e previsível gestão que daria errado, e ao que está se mostrando, deu muito errado mesmo.
Quando se divide a prefeitura em subprefeituras “oficiais” o prefeito oficializado pelo TRE fica “amarrado” aos caprichos de cada secretaria que tem dentro dela outro “prefeito”, que vai defender seus interesses políticos e não terá muito obrigação de se quer ouvir ou fazer o que o prefeito oficial, quer, e o povo, sim, o povo, fica sempre distante do interesse de todos eles, porque as execuções não conseguem chegar ao povo, isso quando tem alguma execução de alguma coisa, em resumo o eleitorado sofre e sofre muito.
Nesta cidade citada, Cabo de Santo Agostinho, em razão desse acordo onde o prefeito oficial não pode exonerar os outros “prefeitos” faltam medicamentos, educação é ruim, desenvolvimento econômico não se desenvolve e a gestão por lá fica pegando carona em obras particulares, como redes de supermercados para fazer foto e postar em rede social como se fossem eles que tivessem construído o mercado. É citada hoje como a cidade do lixo, do mato, do abandono, e por mais horrível que esteja a saúde, o prefeito oficial não pode exonerar a secretária de saúde, por fazer parte do acordo, e parece que o acordo é: “sejam horríveis com o povo do Cabo, vocês não serão exonerados”.
Como isso, temos um exemplo para todas as cidades, para não correr em risco de eleger tragédia administrativa como há na cidade do Cabo, e lembrando que a cidade do litoral pernambucano está cada vez mais está endividada, pois sempre esse consórcio de prefeitos pedem e sempre conseguem empréstimos milionários a Câmara dos Vereadores e sempre tem, a situação da cidade do Cabo que já era ruim, passa para péssima, haja vista, quase toda Câmara de Vereadores do Cabo é curvada ao executivo, e cada vez mais o Cabo fica endividado.
Não é razoável governar de frente para Câmara de Vereadores e de costas para seu povo, ou ficar uma gestão “engessada” a um acordo que não permita nem que o povo seja bem atendido.
Acordos são feitos a toda hora, na política os acordos são importantes, é natural os acordos políticos, partidários, mas acordos que o povo possa ser beneficiado, que a cidade tenha desenvolvimento e não acordo que faz uma cidade parar no tempo, abandonar as crianças e toda sua gente ao “Deus-dará”.
Carllos Nascimento