
A forte mobilização dos profissionais da educação pressionou e surtiu efeito na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Após semanas de sessões esvaziadas e adiamentos, o plenário finalmente alcançou o quórum necessário nesta segunda-feira (9), com a presença de 36 deputados estaduais. O resultado foi a aprovação unânime do projeto de reajuste salarial para os professores da rede estadual.
A categoria vinha cobrando celeridade da Casa na apreciação da matéria enviada pelo Governo do Estado, que trata do reajuste dos vencimentos dos educadores. Nas últimas semanas, sindicatos e movimentos ligados à educação realizaram atos, marcaram presença nas galerias da Alepe e intensificaram o diálogo com os parlamentares, exigindo uma resposta concreta da base governista e da oposição.
A pressão cresceu à medida que o projeto seguia parado, por falta de quórum nas sessões plenárias. O clima de insatisfação aumentou entre os servidores da educação, que apontavam a morosidade do Legislativo como um desrespeito à valorização da categoria.
Com a aprovação do reajuste nesta segunda, os professores conquistam uma vitória importante em meio ao impasse. O texto foi votado e aprovado por unanimidade entre os deputados presentes, sem emendas, conforme encaminhado pelo Executivo estadual.
O reajuste contempla parte das reivindicações históricas dos docentes e deve impactar positivamente milhares de profissionais da ativa e aposentados. A medida ainda será promulgada pela Alepe e, em seguida, sancionada pela governadora Raquel Lyra (PSD).
Apesar da aprovação, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe), Ivete Caetano, criticou a postura do Governo do Estado durante o processo. Segundo ela, faltou transparência por parte do Executivo com a categoria. Ciente do impasse entre os Poderes, Ivete afirmou ter questionado a secretária de Administração, Ana Maraíza, sobre a viabilidade da votação. A resposta foi de que a base governista garantiria o quórum na plenária — o que, por diversas vezes, não aconteceu.
“O governo não foi transparente com este Sindicato, porque quer usar o nosso projeto de lei para forçar a aprovação dos outros, essa é a verdade. Era hora de estarmos preparando as escolas para festejar o São João, porque poucas prefeituras fizeram o acordo que nós fizemos”, declarou a sindicalista, ressaltando o desgaste emocional e logístico causado pelo atraso.
A sessão desta segunda-feira também marcou o retorno das votações com participação mais efetiva dos parlamentares, após um período de articulações políticas nos bastidores e ausências que vinham travando pautas importantes para o estado.