Nos dias 20 e 21 de junho, acontece, no SINDSPREV, na Guabiraba, em Recife, o “Seminário de Encerramento do Projeto Agricultura Urbana – Produzindo Comida de Verdade e Gerando Qualidade de Vida”. O evento também marca o 4º Encontro de Mulheres da Agricultura Urbana da Região Metropolitana do Recife. A iniciativa e a realização são da Casa Mulher do Nordeste (CMN), ONG FASE, Centro Sabiá, sendo fruto da emenda parlamentar do deputado federal Túlio Gadelha, com o apoio da Misereor.
O encontro contará com a participação de 30 beneficiárias do projeto, sendo duas representantes de cada horta e quintal produtivo de 15 comunidades e territórios da RMR, as quais são áreas abrangentes do projeto. Também participam assessoras técnicas, coordenações do projeto, pesquisadores convidados, representantes da Marcha Mundial das Mulheres, Rede de Mulheres de Terreiro, Fórum de Mulheres de Pernambuco, o Centro Nordestino de Medicina Popular e o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto.
Segundo a assistente técnica do Centro Sabiá, Simone Arimatéia, o projeto possibilitou os espaços agricultáveis na cidade. “Locais que eram de confinamento de lixo ou áreas de aterro ganharam vida e começaram a produzir alimentos. Em um ano de projeto a ação implantou diversas hortas comunitárias e realizou o acompanhamento em lugares onde não se pensou que era possível produzir comida com qualidade, nas diversas comunidades da Região Metropolitana”, disse a técnica.
Sarah Vidal, agrônoma, educadora e assessora técnica do Projeto, revelou que a iniciativa foi muito importante para as mulheres das hortas e quintais produtivos vivenciarem processos de discussão de que é possível uma alimentação saudável com o empoderamento político. “A alimentação saudável se conecta com um direito à cidade garantido na Constituição que é o direito à moradia, água, saneamento, educação e saúde, e esse processo com as mulheres de troca nos permitiu potencializar a melhoria da qualidade de vida delas e incentivo à incidência política”, destacou a agrônoma.
Quem também esteve envolvida no processo foi a educadora e técnica em agroecologia Jackline Gomes, da Casa da Mulher do Nordeste (CMN), que ressaltou a importância das parcerias das três organizações atuantes no campo e na defesa da agroecologia. “O projeto foi muito rico, porque fortalecemos através das assessorias técnicas e das oficinas o trabalho coletivo, e sobretudo, a qualificação de espaços que existiam para plantar, como também novos lugares foram descobertos para as possibilidades da utilização da agricultura urbana feita pelos diversos coletivos e principalmente pelas mulheres”, afirmou a educadora.
Na programação do seminário consta a feira de saberes, com a socialização de cada experiência das hortas e quintais, varal de fotografia dos vários momentos do projeto, diálogo sobre Feminismo e Agricultura Urbana, exposição do Centro Nordestino de Medicina Popular sobre a importância das práticas da agricultura urbana de base agroecológica para a saúde integral, venda e troca de produtos agroecológicos, entre outras atividades.
Por: Rafael Negrão