
O Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), que tem o irmão do presidente Lula (PT), José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, como vice-presidente, é um dos alvos de nova operação da Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (9).
O presidente da instituição é esperado para depor na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga descontos ilegais de pensionistas e aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Confira nota do sindicato:
O Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (SINDNAPI), por meio de seus advogados, manifesta sua surpresa com o cumprimento de mandados de busca e apreensão na manhã de hoje em sua sede em São Paulo, bem como na casa de seu Presidente e alguns Diretores, em operação deflagrada pela Polícia Federal em nova fase da “Operação Sem Desconto”.
Esclareça-se que os advogados não tiveram acesso ao inquérito policial, ao conteúdo das razões da representação policial ou dos fundamentos da decisão que autorizou a deflagração da medida cautelar, mas reitera seu absoluto repúdio e indignação com quaisquer alegações de que foram praticados delitos em sua administração ou que foram realizados descontos indevidos de seus associados.
A exemplo do procedimento adotado nas demais demandas judiciais, o SINDNAPI comprovará a lisura e legalidade de sua atuação, sempre em prol de seus associados, garantindo-lhes a dignidade e respeito que são devidos.
Requerimento
A CPMI do INSS aprovou no dia 4 de setembro, requerimentos que miram o Sindnapi. Um deles, de autoria da deputada Adriana Ventura (Novo-SP), requer informações sobre pessoas que, mediante procuração, adquiriram poderes para atuar em nome da entidade, do Frei Chico, entre 2015 e 2023.
Integrantes da comissão dizem que esse requerimento pode servir para encontrar digitais do irmão de Lula no esquema fraudulento de descontos associativos de aposentados.
O outro requerimento, também de autoria de Ventura, pede ao INSS a identificação dos números de contas bancárias informadas pelo Sindnapi para o recebimento de recursos do Fundo do Regime Geral da Previdência Social entre 2015 e 2025.
“Há fortes indícios de que, assim como em outras entidades sindicais do mesmo setor, o Sindnapi tenha utilizado acordos de cooperação técnica e convênios com o INSS para operacionalizar filiações em massa e arrecadar valores diretamente das aposentadorias, sem consentimento informado de grande parte dos filiados“, justifica a deputada.