
Aqui, nesta coluna do Radar Metropolitano, onde semanalmente tratamos exclusivamente de gestão pública, fazemos uma pausa necessária. O Brasil está em choque. A anistia para os presos políticos do dia 8 de janeiro tomou conta do debate nacional, e não podemos nos calar. Sim, chegamos ao caos, ao último estágio da decadência. Mas ironicamente, é nesse ponto extremo que reside a esperança. Abaixo do caos, nada mais existe, a não ser o despertar inevitável dos que ainda possuem fibra moral para reagir.
Que legitimidade tem um sistema que, no passado, concedeu anistia a criminosos condenados por roubo, sequestro e até homicídio, mas hoje nega clemência a cidadãos que, no calor da indignação, expressaram sua revolta contra um governo ilegítimo? Que força tem uma elite política corrupta que celebra jantares regados a vinhos caríssimos e orgias morais, enquanto mães trabalhadoras, religiosas e cidadãs de bem são sentenciadas a 14 anos de prisão por uma simples frase escrita com batom em um prédio público? Que poder tem um tribunal que, sem qualquer pudor, permite a morte de um prisioneiro político em cárcere privado, como ocorreu com Clesão, sem que ninguém responda por isso?
E quem é este incauto deputado Janones, réu confesso no crime da rachadinha, para se apresentar como paladino da moralidade? Que autoridade tem um presidente ilegítimo, rejeitado pela maioria da população e descondenado por um sistema viciado, para querer aprisionar seu principal rival sem provas substanciais, apenas pelo desejo de silenciar a oposição?
Tudo isso ocorre porque Lula está sendo movido por um sentimento de vingança, além de saber que Bolsonaro solto será imbatível nas próximas eleições, atiçando um STF ideológico que age como braço judicial de um governo que teme ser derrotado nas urnas. A perseguição política não é apenas uma questão de revanche pessoal, mas uma estratégia clara para eliminar qualquer possibilidade de retorno ao poder de uma oposição forte e legítima.
O Brasil está diante de um abismo. O Judiciário perdeu qualquer verniz de imparcialidade. O Legislativo está infestado de figuras cuja moral é tão rasa quanto seus discursos. E o Executivo age como se governasse um povo submisso, incapaz de reagir. Mas a história já nos mostrou que o povo brasileiro não aceita ser acorrentado indefinidamente. E é exatamente no fundo do poço que surgem as maiores reações.
O que estamos vivendo hoje terá consequências profundas para as futuras gerações. Não se trata apenas de um governo ilegítimo ou de um sistema corrompido: trata-se da sobrevivência da liberdade, da justiça e da soberania nacional. Se permitirmos que essas arbitrariedades se tornem norma, estaremos condenando nossos filhos a uma nação subjugada, onde o medo se sobrepõe à verdade e a injustiça se traveste de lei.
Mas, assim como na escuridão da noite precede o amanhecer, esse período sombrio é um chamado urgente para os homens e mulheres de bem assumirem um protagonismo real e ativo. Não podemos mais nos contentar com indignações silenciosas. É hora de levantar a voz, de ocupar os espaços, de lutar para que o Brasil volte a ser um país onde a justiça não seja seletiva e onde a liberdade não seja um privilégio de poucos.
A reconstrução se avizinha. O Brasil, este gigante adormecido, está prestes a despertar. E quando isso acontecer, que ninguém duvide: a história cobrará seu preço dos traidores da pátria, e a nação retomará seu rumo, guiada pelos verdadeiros patriotas que jamais aceitaram dobrar os joelhos diante da tirania.