Baseado numa nota publicada no jornal O Globo, do Rio de Janeiro, o líder da Oposição na Câmara Municipal do Recife, vereador Alcides Cardoso (PL), disse que milhares de tatuagens removíveis, com o rosto do prefeito do Recife, foram distribuídas pelas ruas, gratuitamente, durante o carnaval da cidade. “Quem pagou pela encomenda de mais de R$ 100 mil em tatuagens temporárias e distribuídas no Carnaval de Recife, com propaganda do prefeito João Campos?”, quis saber o parlamentar, na reunião Ordinária desta terça-feira (16).
A origem do material é incerta, mas segundo o vereador, as tatuagens removíveis traziam, ao lado do rosto de João Campos, dizeres como Meu prefeito é Massa e Meu prefeito nevou. “Essa é uma resposta que precisa ficar clara o quanto antes, porque estamos em um ano eleitoral e as regras exigem condições de competitividade para todos. Não se pode distribuir brinde, não pode antecipar eleição, não pode abusar do poder econômico. Com a matéria vinculada na imprensa nacional, ficou comprovado que foram desrespeitadas essas três condições: houve distribuição de brinde, antecipação de campanha e abuso do poder econômico”, afirmou.
O vereador questionou se quem pagou pela confecção das tatuagens “foi o Partido Socialista Brasileiro, com o dinheiro público do fundo eleitoral? Ou foi a Prefeitura do Recife, através das suas agências de propaganda?”. De acordo com Alcides Cardoso, o material faz parte de marketing eleitoral. “Tudo [foi feito] dentro de um jogo para inflar a figura pública no período pré-eleitoral e parecer algo orgânico, vindo naturalmente do povo, mas o que estamos vendo é que não é bem assim”, disse.
Alcides Cardoso informou que a nota com a denúncia foi publicada sábado, na coluna do jornalista Lauro Jardim, que informou ser do Estado de São Paulo a fábrica que produziu as tatuagens e que “a encomenda partiu de um grupo de admiradores que se apresentaram como ‘admiradores da personalidade política’”. Conforme o parlamentar “quem encomendou tinha a noção de que se trata de um ato irregular, que pode implicar em multas e até cassação de registros de candidatura”.
O vereador acrescentou que dispõe de informações de que foram pagas 300 mil tatuagens ao custo, aproximadamente, de 110 mil reais. “Cada tatuagem custou um pouco mais de 30 centavos, fora o frete. Foram compras feitas através de quatro notas fiscais, e que todos os produtos chegaram no Recife às vésperas do Carnaval, via transporte aéreo”. Ele garantiu que todas as informações e documentos serão levados ao Ministério Público Eleitoral para que a denúncia possa ser apurada pelas autoridades competentes.