Durante a reunião plenária da Câmara do Recife da terça-feira (21), o vereador Ronaldo Lopes (PSC) reforçou o pedido feito a partir do requerimento de número 12.606/2023, de sua autoria, que foi aprovado momentos antes, sobre a viabilidade da utilização da estrutura dos Centros da Paz (Compaz) inserindo uma equipe multidisciplinar para o atendimento de crianças autistas. “Estamos buscando, junto ao Poder Público, uma solução para a utilização desses equipamentos que são referências não só no Recife, mas também no mundo”.
O vereador Ronaldo Lopes disse ter visto relatos de mães atípicas e que recentemente dois sobrinhos dele receberam o diagnóstico do transtorno e que tem acompanhado o dia a dia dessas famílias. “Tenho visto a falta de efetivação de políticas públicas, de um artigo que está na Constituição Federal e que fala no direito à saúde. As mães procuram buscar tratamento para os seus filhos e não acham. A dificuldade é imensa. Tenho visto isso diariamente essas crianças, pais e mães que, aqui na cidade, não têm dignidade no tratamento”, afirmou.
Emocionado, o parlamentar leu uma carta de uma mãe que recebeu o diagnóstico de autismo da filha de 2 anos e 9 meses. “Essa carta é um desabafo de uma mãe que sofre todos os dias em busca de tratamento para a sua filha. Quantas mães nos procuram falando que não conseguem marcação, que entram na unidade e não conseguem encaminhamento?”, questionou.
“Às vezes vemos discussões de horas, dias, sessões, falando a respeito do Carnaval, algo que dura apenas 4 dias e são investidos milhões pelo Poder Público“, disse Ronaldo Lopes. “Não vemos investimento chegar aqui para usar os equipamentos e tratar as crianças, as mães, que acabam desenvolvendo ansiedade e depressão porque se frustram com toda a busca por atendimento sem êxito”, disse.
Ele falou da importância do diálogo com a Prefeitura do Recife e com o Governo de Pernambuco em busca de soluções. “Eu quero usar o meu mandato para, junto com outros vereadores, conversarmos com os poderes públicos. Eles precisam olhar para essas crianças. Discutimos tantas coisas na cidade, investimento para tanta coisa, e quando vamos falar em saúde pública e direito à saúde, não vemos efetividade”.