A Câmara do Recife aprovou, nesta segunda-feira (19), um requerimento da vereadora Michele Collins (PP) que solicita a alteração do tema de um pedido de realização de reunião solene aprovado anteriormente pela Casa e que será promovido no dia 29 de junho. O evento, que antes homenagearia apenas o Dia Internacional Contra o Abuso e Tráfico Ilícito de Drogas, celebrará, além da data, os 55 anos das comunidades terapêuticas no Brasil. Na ocasião, Collins ocupou a tribuna para defender a matéria e para tecer comentários sobre os rumos das políticas de drogas estadual e municipal.
Em seu discurso, Michele Collins defendeu a utilização de comunidades terapêuticas como locais de tratamento de pessoas com dependência química. “São organizações sérias, que não são clínicas, não fazem internação involuntária, não fazem o uso de medicamentos e não prendem as pessoas. As portas são abertas, mas as pessoas não têm o desejo de sair de lá”.
A parlamentar disse que, atualmente, a Prefeitura do Recife possui falhas na atenção a pessoas com dependência. Ao longo do pronunciamento, ela cobrou investimentos na rede assistencial, como as unidades dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). “Eu, como militante da política de drogas há quase 30 anos, tenho acompanhado e não estou vendo nenhum tipo de gestão efetiva aqui na cidade do Recife”.
A respeito da gestão estadual, Collins classificou o programa Atitude, que objetiva o acolhimento de usuários de drogas, estaria “falido”. Ela também se colocou contra discursos que pedem o uso da polícia em ações que visam a retirada de dependentes químicos das ruas da capital para diminuir a sensação de insegurança social.
“O usuário precisa, também, de cuidado. Não é só você pegar uma pessoa e encarcerar, ou colocar em uma clínica, meter remédio nela, injeção, amordaçar, prender, seja lá o que foi. Esse não é um método de cuidar de um dependente químico”, disse. “A polícia está fazendo o trabalho dela – e estamos vendo as mudanças com contratações, concursos. Porém, o que nós não estamos vendo é uma política de drogas efetiva em Pernambuco”.