
Se há um nome que tem tirado o sono do governo Lula nas últimas semanas, ele atende por Nikolas Ferreira. Jovem, com linguagem direta e um domínio afiado das redes sociais, o deputado do PL-MG tornou-se protagonista de um dos maiores debates políticos recentes ao denunciar supostas fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que estariam gerando prejuízos bilionários aos cofres públicos.
Em um vídeo publicado em suas redes sociais, que ultrapassou a impressionante marca de 65 milhões de visualizações em menos de 24 horas, Nikolas expôs o funcionamento do que chamou de “esquema de aposentadorias fraudulentas”, apontando omissões do atual governo. A gravação viralizou com velocidade inédita até mesmo para os padrões da política digital brasileira, mobilizando apoiadores, opositores e a mídia.
O conteúdo publicado pelo deputado ganhou ainda mais repercussão ao rebater uma crítica comum entre seus adversários: a de que as fraudes teriam começado ainda na gestão Bolsonaro. Nikolas foi direto ao ponto, lembrando que o ex-presidente aprovou uma lei exigindo comprovação de filiação de aposentados e pensionistas por parte das entidades representativas, medida que, segundo ele, foi derrubada com o apoio da esquerda em 2022, ainda no fim da legislatura anterior.
A narrativa é eficaz e perigosa para o governo Lula, porque acerta em cheio no calcanhar de Aquiles do Executivo: a percepção pública de ineficiência e frouxidão no combate à corrupção. Pior ainda: a denúncia chega num momento de tensão política, com um Congresso cada vez mais disposto a colocar o governo contra a parede e uma oposição que já trabalha para instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso.
A movimentação de Nikolas Ferreira, portanto, não é apenas barulho. Ela tem peso político real e mostra que o deputado não será um figurante na oposição ao governo Lula. Com o bolsonarismo ainda vivo nas redes sociais e um eleitorado conservador ávido por figuras combativas, Nikolas se consolida como um dos principais antagonistas do Palácio do Planalto, unindo discurso afiado, estratégia digital e um faro apurado para os temas que mexem com a opinião pública.
Se a CPI for adiante, não será surpresa vê-lo no centro do debate. E o Planalto sabe: ignorá-lo não é mais uma opção.
Por: Uanderson Melo, jornalista, radialista e teólogo