Em pleno feriado do Dia do Trabalhador, a governadora Raquel Lyra (PSDB) se encarregou de telefonar para os integrantes da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça que até ontem não haviam analisado as emendas apresentadas pela oposição ao Projeto de Lei nº 556/2023.
O PL, que tramita na Casa em caráter de urgência, solicita autorização do Legislativo para pedido de empréstimos a instituições financeiras, no valor de R$ 3,4 bilhões. O Executivo quer conversar com esses parlamentares antes da reunião da CCLJ, marcada às 9h30 desta terça-feira (2). Sem o voto deles, o Governo será derrotado mais uma vez.
“É importante que a comissão analise hoje a legalidade das emendas. Não cabe avaliar o mérito”, argumentou o deputado Sileno Guedes (PSB), lamentando o que chamou de “assédio do Governo ao Legislativo”. “Toda vez é isso. O Governo deixa para resolver as coisas em cima da hora, com conversas em Palácio. É um desrespeito, independentemente de o parlamentar ser da base ou da oposição”, alfinetou.
A governadora precisa encaminhar as pautas do Legislativo e dar poderes, pelo menos, ao secretário da Casa Civil, Túlio Valença, nome escolhido para mediar a relação com a Casa de Joaquim Nabuco. Mas deputados e deputadas, com algumas exceções, continuam reclamando. Também não pode fingir que as queixas não existem. Em três entrevistas das quais a Folha participou, só no mês passado, Raquel Lyra disse desconhecer as insatisfações. Mas elas se materializam na hora de analisar matérias importantes.
Fonte: Folhape