
As eleições municipais de 2024 trouxeram à tona um problema recorrente: fraudes nas cotas de gênero, obrigatórias por lei para garantir maior representatividade feminina. No Cabo de Santo Agostinho, as denúncias colocam em risco os mandatos de Bruno Villar (PCdoB) e Gabi Gerônimo (PT). A acusação aponta o registro de candidaturas fictícias para atender à cota de 30%, essencial para a validação da chapa.
Em Escada, Henrique Meketrefe, recordista de votos na cidade, e Zé Amaro da Alvorada, enfrentam investigações semelhantes que podem resultar na cassação de seus mandatos, caso sejam confirmadas irregularidades. Já em Sirinhaém, denúncias contra os chapas do Podemos e Agir indicam candidaturas “laranjas”, incluindo uma candidata que sequer votou em si mesma.
A repetição desses casos evidencia falhas no sistema de controle eleitoral. A Justiça precisa agir com rigor, não apenas para coibir essas práticas, mas para reafirmar o compromisso com a democracia. Medidas preventivas, como a fiscalização reforçada de registros de candidaturas e a proteção exemplar de fraudes, são cruciais para as eleições futuras.
Além disso, é fundamental promover debates que fortaleçam a participação efetiva das mulheres na política, para que a cota de gênero deixe de ser apenas uma exigência formal e se torne uma ferramenta real de inclusão e transformação. O papel da Justiça Eleitoral será decisivo para garantir que o próximo ciclo eleitoral seja mais transparente e respeitoso com as regras democráticas.
Por Uanderson Melo, radialista, jornalista e teólogo